Equipa chinesa dá mais um passo na produção de órgãos humanos noutros animais. Esta investigação poderá ser importante para o transplante de órgãos no futuro.
Num embrião de porco, com 28 dias, ver um rim parcialmente humano pode soar irreal. No entanto, uma equipa de cientistas dos Institutos de Biomedicina e Saúde de Guangzhou (China) conseguiu desenvolver parcialmente um órgão humanizado – metade das células desse rim são humanas – dentro de um porco. É mais um passo importante no (ainda longínquo) desejo dos investigadores produzirem órgãos humanos para transplante dentro de outros mamíferos.
“É mais um passo e um passo muito interessante. Mas ainda não é ‘o passo’. Isso acontecerá quando se desenvolver um rim totalmente humano no porco e depois se provar que esse rim é funcional quando transplantado”, explica João Ramalho-Santos, biólogo da Universidade de Coimbra. Esses requisitos ainda não foram ultrapassados, mas este continua a ser um estudo importante na evolução do nosso conhecimento sobre este processo.
A investigação teve a sua origem noutro trabalho de 2017, quando parte desta equipa conseguiu integrar células estaminais humanas em embriões de porco e de vaca. Nessa altura, já avançavam que o objectivo futuro era utilizar células humanas para gerar tecido pancreático, um coração e, claro, rins num embrião de porco.
Para o conseguir fazer, os cientistas utilizam organismos quimera, que resultam da mistura de células de diferentes espécies – o nome “quimera” vem precisamente da figura mitológica com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Ou seja, estes organismos tinham células de porco e ainda células estaminais pluripotentes humanas – que têm a capacidade de se desenvolver em qualquer tipo de célula.
Mas para que as células humanas […]