O investigador Nikolaos Tziolas, especialista em inteligência artificial (IA) da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos da América (EUA), está a desenvolver uma plataforma interativa baseada em IA generativa para ajudar os agricultores a avaliar os danos nas suas colheitas agrícolas após furacões.
O projeto foi financiado com uma bolsa de 297 mil dólares concedida pelo Instituto Nacional de Alimentação e Agricultura do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA-NIFA).
A ferramenta permitirá que agricultores e técnicos locais acedam facilmente a imagens de satélite e obtenham informações detalhadas sobre as suas explorações através de um interface conversacional simples, acessível por telemóvel ou computador.
“Imagine escrever algo como ‘Quanto da minha quinta ficou inundado?’ ou ‘Como é que os meus campos se comparam ao ano passado?’ e receber respostas com mapas e números adaptados aos seus terrenos agrícolas”, explicou Nikolaos Tziolas.
A plataforma pretende facilitar o acesso a dados complexos de satélite, convertendo-os em respostas claras e úteis para utilizadores não especializados, como agricultores ou decisores políticos.
Os utilizadores podem, por exemplo, identificar zonas inundadas, monitorizar a saúde das culturas antes e depois de tempestades e tomar decisões com base em informações mais precisas.
“Os métodos tradicionais para avaliar danos nas colheitas são muitas vezes lentos, complexos e dispendiosos, o que limita a sua eficácia na resposta a desastres”, explicou Tziolas. E continua: “este projeto pretende resolver esses desafios através do desenvolvimento de uma plataforma conversacional que utiliza dados de satélite e IA para monitorizar os estragos e a sua recuperação”.
Furacões como o Milton, que atingiu a Flórida no ano passado, causaram perdas agrícolas estimadas entre 190 e 642 milhões de dólares, sublinhando a urgência de soluções mais eficazes e económicas. Atualmente, os agricultores precisam de visitar os campos agrícolas fisicamente ou usar drones para avaliar os estragos.
“Esta plataforma ajudará os utilizadores a reduzir custos e a melhorar a resiliência face a fenómenos meteorológicos extremos, ao saberem melhor onde plantar e como agir depois de um desastre”, concluiu o responsável pela ferramenta tecnológica.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.