Há muita água para recuperar nas albufeiras e esta semana a APA impôs o fim da produção elétrica em mais uma barragem do Norte. Precipitação de março dá melhores perspetivas e, ao que o Nascer do SOL apurou, situação será reavaliada em abril. No sul não se espera melhoria.
Voltou a chover no país mas é prematuro falar no fim da seca: no final do mês passado, revelou esta semana o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todo o território estava em seca meteorológica, 60% em seca extrema. Se ter voltado a chover torna provável um desagravamento da situação, para reverter a seca é preciso chover mais do que o normal nesta primavera – e os primeiros 10 dias de março, com muito mais chuva do que fevereiro, mantiveram-se aquém disso.
O balanço é feito ao Nascer do SOL por Ricardo Deus, responsável pela divisão de Clima e Alterações Climáticas do IPMA, que começa por recordar que em fevereiro choveu apenas 10% do normal climatológico para o segundo mês do ano. «Em termos do ano hidrológico, com início em outubro de 2021, o défice de precipitação também é bastante expressivo, cerca de 40 % do valor normal, o que representa menos 348mm de precipitação em termos médios».
Passando à chuva dos últimos dias, que está para durar, até 10 de março registou-se uma média de 30 mm de precipitação, sendo o valor de referência normal para março 61mm, adianta Ricardo Deus. «Verifica-se que até esta data a precipitação registada corresponde a 50% do valor normal para o mês de março, no entanto com diferenças regionais no território, sendo que foi o litoral Norte e Centro que mais contribuiu para o total de precipitação dos primeiros 10 dias de março».
Com este padrão e tendo em contas as previsões, que têm maior incerteza a médio-longo prazo, para já são estas projeções do IPMA para o final de março: desagravamento da situação em parte do território, mas a seca extrema a prolongar-se a Sul, onde tem sido mais preocupante, com as barragens da Bravura e Monte da Rocha em níveis críticos e já com o uso para rega condicionado. «Será muito provável que ocorra um desagravamento da seca meteorológica em parte do território, com maior expressão nas regiões Norte e Centro, com diminuição das áreas nas classes de seca mais grave (severa e extrema). Em relação à região Sul o […]