Na aldeia de Zhangzhuangli, na província de Henan, na China, a paisagem tradicional agrícola está a ser transformada por uma revolução tecnológica. Em vez dos agricultores a trabalhar nos campos, encontram-se drones com inteligência artificial (IA), que monitorizam os terrenos, e máquinas agrícolas autónomas que trabalham os campos com precisão cirúrgica.
Esta não é uma cena de ficção científica, mas sim a realidade da primeira exploração agrícola totalmente autónoma da China, tratando-se de um projeto que já resultou num aumento de 20% na produção de trigo.
Com uma área de 233 hectares, esta quinta foi concebida por cientistas da Universidade Agrícola de Henan e alcançou um marco histórico para o país: operações 100% autónomas, desde lavrar o terreno à plantação de sementes, passando pela gestão das culturas até à colheita.
O sistema integra uma frota de máquinas autónomas coordenadas por satélites de um sistema desenvolvido na China. Na sala de controlo, ecrãs gigantes exibem em tempo real dados sobre a humidade do solo, densidade das plantas a nascer e alertas de pragas, criando um “gémeo digital” do campo.
Além do aumento na produtividade, a automação trouxe também ganhos operacionais significativos. Os responsáveis pela quinta destacam que o tempo de colheita foi igualmente reduzido de sete para quatro dias. Já a mão de obra necessária para gerir a água e os fertilizantes caiu 80%, com os custos totais de trabalho a descerem 40%.
Os especialistas defendem que o futuro da agricultura assenta na agricultura de precisão, enfatizando que os drones que recolhem dados no campo a cada 30 minutos, permitindo prever padrões de crescimento e necessidades específicas de irrigação.A fertilização também foi otimizada, realçam os cientistas, com menos 20% de fertilizantes aplicados nos terrenos, gerando um aumento de 30% na eficiência de absorção dos nutrientes.
Para Wang Qiang, um dos responsáveis pelo projeto, “esta quinta oferece um modelo replicável para a modernização agrícola na China”, sublinhando que o próximo passo passa por “aperfeiçoar a tecnologia autónoma ao longo de todo o processo, reduzir custos e ampliar os ganhos de eficiência”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.