Mais uma cheia, mais uns milhares de euros de prejuízo. Catarina Martins, a “Melhor Jovem Agricultora de Portugal 2016”, acordou, esta quarta-feira, com as águas dos rios Douro e Sabor a inundar uma boa parte dos seus 11 hectares de culturas, no vale da Vilariça, em Torre de Moncorvo. Estima que as perdas possam rondar “entre 30 a 50 mil euros”.
Para além de as culturas temporárias (couve-coração, couve-lombarda, brócolos, couve-flor, entre outras) terem ficado “submersas”, também foi afetado o sistema de rega por aspersão, que “ficou entupido e danificado”. No ponto de venda que existe na propriedade também há estragos e, sobretudo, “muito lixo”.
As culturas “dificilmente podem ser recuperadas”, pois a cheia “arrasta muito lodo” que fica “agarrado às plantas”. Por exemplo, “uma couve-flor é branca e por mais que se lave nunca vai ficar com a cor original”. Como tal, “perde valor de mercado”.
Catarina culpa a EDP por não ter “expropriado” aquela zona de cheia. “O terreno é nosso e continua a usá-lo para manobrar as águas”. Uma situação que se “repete sempre que chove muito”.
A agricultora tem processos a decorrer em tribunal contra a EDP, devido a situações semelhantes noutros anos de cheia, e até agora sem resultados. A elétrica tem recusado responsabilidades pelas cheias naquela zona de Torre de Moncorvo. Entretanto, Catarina Martins diz que os prejuízos acumulados são de, aproximadamente, “500 mil euros”.
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