Os consumidores exigem, cada vez mais, carne suína mais acessível e sustentável, produzida em sistemas aprimorados de bem-estar animal. Esse foi o contexto identificado pelo Grupo Operacional Holandês “Projeto Orientado por Dados”. Os parceiros desenvolveram um conceito de celeiro piloto no qual os porcos são monitorizados em tempo real através de sensores nas orelhas, permitindo que o ambiente seja adaptado às suas necessidades.
Foi construído um celeiro piloto para 48 fêmeas, cada uma fornecendo 29 porcos para abate por ano. Frank Wind diz: “O celeiro oferece um ambiente de vida saudável e agradável”. Por exemplo, a comida é espalhada de cima, em intervalos regulares, no chão de areia. Isso significa que os porcos podem procurar constantemente por comida e nunca ficam entediados. Os agricultores fornecem palha e outros materiais para que os porcos possam construir os seus próprios ninhos. “Aproveitamos o comportamento natural dos porcos. Eles precisam de um local seguro para as suas necessidades, em termos de postura, e preferem ficar o mais longe possível de onde a comida é fornecida. Observamos que esse recurso do celeiro reduz o stress para os porcos”, diz Frank Wind. Esse coletor separado também evita a formação de amónia.
Outra parte importante do sistema é que as fêmeas grávidas são colocadas em pequenos grupos de quatro. “As fêmeas apoiam-se mutuamente, ensinando os seus filhotes a fuçar, comer e e não só”, explica Frank. “Os porcos são naturalmente animais sociais e ficam muito mais felizes vivendo num grupo de apoio”.
Este celeiro é uma versão de teste, iniciado em 2019, em Venhorst, na Holanda. As demandas da sociedade estão cada vez mais favoráveis ao aumento dos padrões de bem-estar animal, exigindo indicadores mais rigorosos, bem como novos sistemas de certificação. A União Europeia está a caminhar para eliminar gradualmente os animais de celeiro em jaulas, através duma proposta de legislação revisada a ser concluída até ao final de 2023, como parte do Pacto Verde e da Estratégia do Prato ao Campo. “Esse Grupo Operacional foi projetado levando em consideração esse contexto. O projeto, que está em fase piloto, foi agora concluído e estão a ser feitos planos para construir um segundo celeiro neste ano.
O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.