A Câmara de Vila Verde manifestou hoje “total discordância” com a colocação de uma conduta no leito do rio Cávado para abastecer um regadio, argumentando que gera “impacto visual negativo” e “pode condicionar” a prática de desportos náuticos.
Em comunicado publicado na sua página de Internet, aquela autarquia do distrito de Braga refere que há “alternativas viáveis” à colocação da conduta de água que vai abastecer o regadio de Sabariz à Veiga de Prado-Cabanelas, no âmbito do projeto de modernização do regadio, aprovado no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e que envolve um investimento superior a seis milhões de euros, no local escolhido.
“O município de Vila Verde sempre se insurgiu contra a instalação da conduta de água no leito do rio, precisamente por temer, entre outros efeitos negativos, o forte impacto visual da mesma”, afirma no texto o presidente da autarquia, António Vilela.
Além do “negativo impacto visual”, refere a autarquia, a conduta “passa junto à Ponte Filipina sobre o rio Cávado, um imóvel classificado como monumento nacional, e pode ainda condicionar a prática de desportos náuticos, assim como o próprio veraneio”.
Segundo a Câmara, “a modalidade canoagem, que é um dos ex-líbris da Vila de Prado e do concelho de Vila Verde, dado o elevado prestígio e reconhecimento que o Clube Náutico de Prado logrou alcançar, no país e além-fronteiras, pode vir a ser bastante afetada com esta obra, integrada na rede de rega e do aproveitamento hidroagrícola, que não deixará de condicionar a organização e a realização das grandes competições nacionais e internacionais”.
No texto, a Câmara Municipal de Vila Verde congratula-se com a empreitada na Veiga de Prado-Cabanelas e parte da área agrícola contígua das freguesias da Vila de Prado e Soutelo, que “beneficiará estas áreas com um novo e moderno sistema de rega que vai potenciar o desenvolvimento da agricultura local”, contudo, alerta que “esta obra não pode deixar de salvaguardar questões igualmente importantes como a salvaguarda da melhor fruição desportiva e de lazer dos mesmos cursos naturais de água”.
A autarquia critica ainda o facto de não ter sido “tida em conta” na decisão de “colocar a conduta de água sobre o rio” e apela a que “algo seja feito para alterar esta situação bastante lesiva dos legítimos interesses do concelho”.