As autoridades cabo-verdianas preveem chuvas “acima do normal” entre julho e setembro e uma “boa campanha agrícola”, mas alertam que tempestades podem atingir o arquipélago até outubro.
“Tudo indica para um bom ano agrícola”, previu hoje a diretora-geral de Agricultura, Silvicultura e Pecuária cabo-verdiana, Eneida Rodrigues, em conferência de imprensa, na capital, Praia.
Para este ano, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde prevê “chuvas normais com tendência para acima do normal” entre julho e setembro, correspondendo a 244 milímetros de chuva, ou seja, uma quantidade de 244 litros de água por metro quadrado de terreno, disse a diretora executiva da instituição, Denise de Pina.
Além de uma boa perspetiva de chuvas, a mesma fonte salientou que os ciclos de seca no país deverão ser “mais curtos que o habitual”.
Entretanto, o INMG alertou que eventos extremos como tempestades tropicais, chuvas torrenciais, ventos fortes e agitação marítima podem atingir o arquipélago e comprometer a campanha agrícola, no que diz respeito à produção de alimentos e arrastamento de terras.
Para minimizar os impactos, a diretora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária afirmou que o país tem realizado trabalhos de conservação, com construção de banquetas, muros e diques.
Mas, em caso de tempestades, nem tudo será má notícia, segundo Eneida Rodrigues.
“Podemos perder a produção, mas podemos ter água” para recarregar os lençóis freáticos, mostrou.
Para a campanha agrícola deste ano, o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) tem um orçamento de 44,5 milhões de escudos (403,5 mil euros) para implementar medidas de apoio aos agricultores e criadores de gado.
O Governo cabo-verdiano vai disponibilizar 106.154 plantas fruteiras e florestais e 310.000 estacas de batata-doce e mandioca, bem como 736 quilos de sementes forrageiras.
O executivo vai oferecer ainda 20 toneladas de sementes de sequeiro (milho e feijões) aos agricultores, a um “preço simbólico”, prosseguiu a diretora-geral.
O Ministério da Agricultura e Ambiente vai ainda realizar campanhas para o controlo das principais pragas (gafanhoto e largarta-do-cartucho do milho), dando prioridade à luta biológica, em vez da química.
Na mesma conferência de imprensa conjunta, a presidente do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), Nora Silva, apelou aos agricultores a fazerem as queimadas de forma controlada, para evitar perda de pasto, áreas agrícolas e florestais.