Investigadores no Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Évora confirmaram que o gradiente térmico à superfície entre o centro da albufeira e as margens permite o estabelecimento de brisas de lago e terra, numa zona onde a albufeira tem cerca de 2 km de largura de margem a margem.
As conclusões constam do artigo científico “Lake and Land Breezes at a Mediterranean Artificial Lake: Observations in Alqueva Reservoir, Portugal” da autoria dos investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora, Carolina Purificação, Miguel Potes, Gonçalo Rodrigues, Rui Salgado e Maria João Costa entretanto publicado na revista “Atmosphere”. Os autores do estudo confirmaram com o estudo que o gradiente térmico à superfície entre o centro da albufeira e as margens permite o estabelecimento de brisas de lago e terra, numa zona onde a albufeira tem cerca de 2 km de largura de margem a margem.
Os investigadores destacam que conseguiram obter a duração e intensidade das brisas, sendo que a intensidade para as brisas de lago é entre 1 e 2 m/s e para as brisas de terra entre 0.5 e 1.5 m/s, verificando-se que as brisas de lago ocorrem com maior frequência entre as 07h e as 16h, e as brisas de terra entre as 17:h e as 08h (UTC), resultados possíveis tendo por base os dados recolhidos no âmbito do projeto ALOP – ALentejo: sistemas de Observação e Previsão -, junto à albufeira de Alqueva, entre 2017 e 2019.
Outro ponto a destacar no estudo são as condições necessárias para o desencadear de cada uma das situações, brisa de lago ou de terra, avançado os investigadores que “as condições necessárias para a formação de brisas de lago e de terra são a existência de um gradiente térmico entre as margens e o centro do lago associado a condições de vento fraco”. O artigo agora publicado aprofunda desta forma os resultados obtidos pela primeira autora do artigo, Carolina da Purificação, na sua tese de mestrado em Ciências da Terra e da Atmosfera, realizada na Universidade de Évora, contendo ainda novos resultados que ajudam a melhor compreender o impacto de Alqueva no clima regional.
O artigo foi publicado originalmente em UÉvora.