O Governo brasileiro decidiu cancelar uma licitação para a compra de arroz importado realizada na semana passada, devido a dúvidas geradas por algumas das empresas inscritas, indicaram hoje fontes oficiais.
A licitação tinha sido convocada com o objetivo de suprir uma possível escassez de arroz, alimento básico na dieta da grande maioria dos brasileiros, devido às inundações no estado do Rio Grande do Sul, principal produtora do grão.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, anunciou hoje que a operação foi cancelada porque algumas das empresas vencedoras da licitação “não tinham capacidade financeira e técnica” para garantir a entrega do produto.
Essa falta de “capacidade” havia sido denunciada pela oposição, que levantou suspeitas de corrupção na licitação realizada pela Conab para a compra de 263 mil toneladas de arroz.
“Pretendemos fazer uma nova licitação”, com “outro modelo”, para “garantir que sejam contratadas empresas com a capacidade técnica e financeira necessária”, explicou Pretto aos jornalistas ao anunciar a suspensão da operação.
De acordo com a imprensa local, uma das empresas que venceu a licitação agora cancelada foi um pequeno supermercado da cidade de Macapá, no norte do país, que prometeu entregar 147 mil toneladas de arroz num negócio no valor de 736 milhões de reais (129 milhões de euros).
Em declarações citadas na Agência Brasil, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantiu que nenhum recurso chegou a ser transferido na operação.
“A gente tem que conhecer a capacidade [das empresas], é dinheiro público e que tem que ser tratado com a maior responsabilidade”, disse Fávaro.
O objetivo do Governo brasileiro era arrecadar arroz para ser vendido ao consumidor final pelo valor máximo de quatro reais o quilo (0,7 euros).
A Conab está autorizada a comprar um milhão de toneladas através de leilões.