Mercado Europeu:
A Alemanha não dá descanso. Mais uma forte descida (-0,10€) a levar toda a Europa atrás. É a segunda semana seguida de descidas generalizadas por toda a Europa depois do anúncio das tarifas chinesas. A incerteza que prevalece no reino da carne prejudica o mercado do porco e, depois de dois anos em que os porcos escassearam, estamos agora a entrar no último trimestre do ano, caracterizado por haver carne em excesso, o que poderá provocar uma convulsão em baixa do mercado até que a oferta e a procura se equilibrem de novo.
Vejamos então o que nos indicam as diversas Bolsas europeias para esta semana:
Tendência geral:
Havia o receio de que a Alemanha baixasse 15 cêntimos novamente esta semana, como fez em julho. O “mal menor” foi de 10 cêntimos, o que coincide precisamente (15 cêntimos + 10 cêntimos) com a descida dos preços da carne de porco em Espanha desde julho.
Os matadouros alemães conseguiram ganhar alguma competitividade na Europa e, assim, passar a responsabilidade das flutuações de mercado para os países que exportam para a China.
Prevê-se que os preços da carne de porco possam agora voltar a estabilizar no norte da UE, procurando estabilizar os preços e as operações da carne. A verdade é que até à data não se verificou um aumento do consumo no mercado da carne: nem o fim das férias nem a necessidade teórica de reposição de stocks na indústria e no comércio aumentaram a procura de carne.
Relutantes em congelar, os matadouros continuam a pressionar para vender o máximo possível de carne fresca e, com mais porcos do que no ano passado e mais pesados do que no verão, a produção de carne também está a aumentar. Tanto na China como na Europa, o problema subjacente é a debilidade do consumo interno, pressionado pela espiral inflacionista dos últimos anos e pela perda de poder de compra devido à desaceleração do crescimento económico global.
Fonte: FPAS