A Biond, organização que agrega as empresas que constituem a fileira da bioindústria florestal em território nacional, associa-se à campanha Keep Me Posted EU (KMPEU). Esta ação visa sensibilizar as autoridades nacionais e comunitárias para o imperativo de preservar o direito de escolha dos cidadãos entre a comunicação digital e física num mundo cada vez mais digitalizado.
Nesse sentido, foi também desenvolvido o relatório denominado Why Choice Matters, o qual destaca desafios concretos para os Estados-Membros da União Europeia, no seu todo, mas também com casos específicos de vários países, como Portugal – marcado por uma forte divisão digital entre as suas regiões urbanas e rurais, bem como lacunas geracionais no acesso digital.
Perante a realidade identificada, esta campanha apela aos decisores políticos, às empresas e às instituições públicas para que adotem um conjunto de propostas concretas apresentadas neste relatório. Ao fazê-lo, a Europa pode promover uma sociedade mais inclusiva em que ninguém seja excluído ou prejudicado durante a transição para a comunicação digital.
“Vivemos tempos disruptivos. Nesse sentido, torna-se ainda mais imperioso proteger o direito dos cidadãos de escolherem a forma como comunicam, sem sanções ou coerção. Esta não pode ser apenas uma opção, deverá assumir-se como necessidade absoluta. No caso concreto da União Europeia, cabe-nos a todos assumir um papel agregador, que permita uma escolha devidamente esclarecida. E isso também se dever verificar junto daqueles que, pelos mais variados motivos, dependem ou preferem a comunicação não digital”, explica Gonçalo de Almeida Simões, Diretor-Geral da Biond.
Principais conclusões para Portugal
- Divisão urbano-rural: As grandes áreas metropolitanas, como Lisboa e Porto, apresentam elevadas taxas de conectividade. Já as regiões rurais do país enfrentam desafios em matéria de competências digitais e respetiva aquisição, um dos níveis mais baixos da UE. Como consequência, apenas 22% dos residentes em regiões rurais têm conhecimentos digitais básicos ou acima da média.
- Iliteracia digital entre os idosos: Existe um fosso digital acentuado entre os cidadãos portugueses mais velhos e mais jovens, o que limita o acesso dos adultos idosos aos mais variados serviços. Como resultado, mais de 1/3 dos portugueses com idades compreendidas entre os 65 e 74 anos nunca utilizou a Internet na sua vida.
- Fosso digital nas organizações: As empresas em Portugal estão a ficar atrasadas em comparação com a média da UE. O nosso país surge em 17º lugar no EU Digital Economy and Society Index (DESI), isto, no que concerne às PME com um nível básico de intensidade digital.
- Falta de confiança digital: Apenas 43% dos portugueses inquiridos acredita que a União Europeia protege os seus direitos digitais. Este é um valor ligeiramente abaixo da média da UE, que é de 45%, o que indica uma lacuna na confiança digital e confiança entre os cidadãos nacionais.
Fonte: Biond