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– 12-05-2008 |
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Biocombust�veis: Produzir a partir de microalgas � a solu��o ideal contra a crise alimentar mundialA produ��o de biocombust�veis a partir de �leo de microalgas apresenta-se como a solu��o ideal numa altura em que continua a ser urgente encontrar alternativas ao petr�leo, mas o mundo responsabiliza os biocombust�veis pela crise alimentar. "A alga será seguramente uma das solu��es ideais, senão a �nica. Faz duas coisas importantes: sequestra o co2, necess�rio para crescer, e no final produz ainda o �leo para biodiesel. De outra forma � d�ficil conjugar estas duas coisas", explicou � Lusa Nuno Coelho, director-geral da Algafuel, a primeira empresa portuguesa a produzir �leo de microalgas para biocombust�vel com fins industriais. Mas que vantagens t�m as algas que as possam tornar numa melhor op��o do que o milho ou o girassol? Uma delas � que não compete com as culturas alimentares, apontou a respons�vel pela investiga��o com microalgas no Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), Fernanda Rosa, "Quando estamos a produzir microalgas não estamos a produzir nada que seja necess�rio para a alimenta��o e essa produ��o pode ser feita em qualquer tipo de terreno, inclusivamente em zonas �ridas". Acrescentou que se tratam de microrganismos que se reproduzem "de uma forma exponencial" e cuja duplica��o se faz num dia ou dia e meio, explicando ainda que se desenvolvem em qualquer tipo de �gua – salgada, salobra, residual – e necessitam de pouco mais do que luz solar e di�xido de carbono (CO2). No INETI, a investiga��o e o trabalho de extrac��o de �leo de microalgas para a produ��o de biocombust�vel j� se faz h� quase trinta anos, o que d� a Portugal o ‘know-how’ consolidado no crescimento de microalgas e que poder� ser agora utilizado nesta nova oportunidade dada aos biocombust�veis. "Temos aqui uma colec��o enorme de microalgas que estáo liofilizadas ou estáo mantidas em meio, mas dormentes. Quando queremos come�ar o crescimento dessas microalgas vamos-lhes fornecer meio ou nutrientes, meio novo que as faz replicar-se e crescer", explicou Fernanda Rosa. "Depois passam para pequenos reactores verticais onde h� borbulhamento de ar ou CO2, replicando-se assim com maior intensidade, sendo que o crescimento � feito depois em mangas pl�sticas, muito econ�micas, ainda dentro do laboratério(…) quando estáo em crescimento forte e em bom estado passam ent�o para fotobioreactores ou lagoas", explicou. Sendo um instituto de investiga��o, a industrializa��o � uma vertente que foge ao ambito do INETI, mas j� h� em Portugal quem se dedique ao cultivo de microalgas não s� para a produ��o de biocombust�vel, mas para os mais diversos fins. No Algarve, encontra-se o quartel-general da Necton, uma empresa que desenvolve o seu ramo de actividade no sector da biotecnologia marinha e que se especializou na produ��o de microalgas. Foi formada em 1997 e a partir de Janeiro deste ano deu origem � Algafuel que se dedica especificamente � industrializa��o de biomassa de microalgas para a produ��o de biocombust�vel. O processo laboratorial de produ��o de microalgas � em todo igual ao do INETI, mas aqui pensa-se a uma outra escala e com outros objectivos. "A produ��o � di�ria, � um pouco a pedido, e não tem os riscos de vir uma geada e morrer tudo porque � simples. Vazam-se os sistemas de produ��o, limpam-se e come�a-se outra vez. Um processo que demora tr�s a quatro dias porque não � preciso lavrar a terra novamente. não se perde um ano, perdem-se dois ou tr�s dias", explicou o administrador da Necton, Jo�o Navalho. Outra vantagem das microalgas que, contrariamente a todas as outras culturas, podem ser produzidas ininterruptamente em qualquer altura do ano e podem, por isso, ser recolhidas todos os dias. Segundo Jo�o Navalho, a empresa tem uma unidade de produ��o que pode atingir as duas toneladas por ano, no entanto esse valor pode variar exponencialmente em detrimento do tipo de alga ou das condi��es em que ela � produzida. Apesar das inúmeras vantagens, o processo de obten��o de �leo através de microalgas apresenta uma desvantagem que, no final, torna o �leo duas vezes mais caro do que o �leo obtido através de qualquer outra oleaginosa. "As microalgas estáo a crescer num meio aquoso, que não pode ter uma densidade de microalgas muito alta porque senão a radia��o não as atinge de forma homog�nea em todo o fotobioreactor. Ai temos uma necessidade de ter alguma dilui��o no meio, logo h� que concentrar e a concentra��o [que � feita com uma centrifugadora] � um processo que não � barato", explica Fernanda Rosa. O director-geral da Algafuel sublinhou que se pode fazer 100 por cento biodiesel de �leo a partir de microalgas, mas que o pre�o ainda � bastante elevado por falta de produ��o ao mesmo nível. da procura. "Porque toda a produ��o mundial nunca foi pensada para este fim, mas sim para fins alimentar, aquacultura, cosm�tica, que t�m condicionantes de pre�o completamente diferentes das dos biocombust�veis", defendeu Nuno Coelho. Ent�o, para quando carros movidos a algas? "Tanto quanto eu posso antever nas pr�ximas dezenas de anos, talvez nem tanto, vamos ter carros movidos a biodiesel que pode ser obtido a partir de microalgas. Isso sem d�vida nenhuma", garantiu Nuno Coelho, considerando, por�m, que vai ser preciso um investimento massivo em tecnologia e um grande ‘know-how’ na produ��o de microalgas.
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