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– 03-07-2007 |
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Biocombust�veis: Brasil dever� construir uma f�brica de etanol por m�s até 2013O Brasil dever� construir em média uma unidade de produ��o de etanol por m�s, nos próximos seis anos, o que representar� investimentos públicos e privados de cerca de 11 mil milhões de euros. O aumento dos investimentos � resultado de um verdadeiro "boom" do sector, depois do etanol ter passado a ser considerado como uma das op��es ao uso de combust�veis f�sseis, respons�veis pelo chamado efeito estufa. O papel dos biocombust�veis na luta contra as altera��es clim�ticas junta quinta-feira o primeiro-ministro, Jos� S�crates, o presidente da Comissão Europeia, Dur�o Barroso, e o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, em Bruxelas. A confer�ncia sobre biocombust�veis, organizada pela Comissão Europeia, tem como objectivo lan�ar o debate sobre o desenvolvimento de um mercado internacional de produ��o e com�rcio de combust�veis. Jos� S�crates, Jos� Manuel Dur�o Barroso e Lu�z In�cio Lula da Silva iráo intervir numa das sess�es de trabalho, ao final da manh� de quinta-feira. Na confer�ncia, que termina na sexta-feira, seráo debatidos quatro grandes temas, a come�ar pelas condi��es necess�rias para a criação de um mercado internacional para os biocombust�veis. O Brasil tem actualmente 336 f�bricas de �lcool e de a��car, n�mero que dever� ascender a 409 até ao final de 2013, com a produ��o anual de 130 mil milhões de litros e criação de mais de um milh�o de empregos. Na semana passada, o grupo brasileiro Odebrechet, l�der no sector de constru��o civil e de petroqu�mica, com presença em Portugal e Angola, anunciou que vai iniciar sua actividade no sector. O grupo planeia investir 1,91 mil milhões de euros na produ��o, log�stica e comercializa��o de a��car e de etanol, com uma produ��o anual de até 40 milhões de toneladas de cana de a��car. A estatal Petrobras está a investir cerca de 1,5 mil milhões de euros em infra-estruturas capazes de garantir a exportação de etanol, a grande aposta da empresa no mercado de combust�veis limpos. Entre as obras de infra-estruturas, está a constru��o de uma rede de condutas com mais de 2.500 quil�metros de extensão, ligando as principais regi�es produtoras de etanol aos portos brasileiros. A rede vai garantir "vantagens competitivas" ao etanol brasileiro no estrangeiro, dentro da estratégia de criação de um mercado internacional para garantir que o crescimento da ind�stria do sector seja sustentado. A empresa estatal brasileira está a desenvolver parcerias com empresas de energia da Venezuela, Nig�ria e do Jap�o para a produ��o e exportação de etanol. Em Agosto deste ano, a Petrobras vai iniciar a exportação de biodiesel para os Estados Unidos e para países europeus, segundo o gerente de comercializa��o da empresa, J�lio C�sar Arnauld . Actualmente, a Petrobras está a investir na implantação de tr�s centrais de produ��o de biodiesel, nos estados do Cear� e Ba�a, no Nordeste brasileiro, e de Minas Gerais, na regi�o Sudeste. O objectivo da estatal brasileira � atingir uma produ��o de cerca de 880 milhões de litros de biodiesel, a partir de Janeiro de 2008. O biocombust�vel � usado em cerca de 40 países, mas ainda está longe de conquistar a Europa, que planeia um consumo de apenas 10 por cento de etanol em combust�veis até 2020. Em Março deste ano, Brasil e Estados Unidos, assinaram um acordo para promo��o do uso do etanol, como fonte alternativa ao petr�leo, durante uma visita do presidente norte-americano George W. Bush a são Paulo. Os EUA e o Brasil são os dois maiores produtores de etanol (respons�veis por cerca de 75 por cento da produ��o mundial) seguidos pela China, �ndia e Fran�a. O presidente brasileiro, Luiz In�cio Lula da Silva, disse, na ocasi�o, que a parceria entre o Brasil e os EUA para estimular a produ��o de etanol será o "o grande desafio energ�tico do s�culo XXI". "O mundo observa hoje com aten��o o lan�amento dessa parceria para o futuro, porque criar� oportunidades em escala mundial", afirmou Lula da Silva. O presidente brasileiro ressaltou o "impacto social" da utiliza��o de combust�veis renov�veis porque estimulam o cultivo desses vegetais por parte de pequenos agricultores nas regi�es mais pobres do Brasil. "� preciso superar a depend�ncia dos combust�veis f�sseis. No momento em que somos chamados para agir com urg�ncia para enfrentar o aquecimento global tudo o que fizermos para reduzir as emissões de gases será um ganho", afirmou. "Os biocombust�veis oferecem uma alternativa mais limpa e economicamente vi�vel. N�s que polu�mos tanto o planeta no s�culo XX temos que dar um contributo para despolu�-lo no s�culo XXI", salientou. Especialistas acreditam que um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos vai abrir caminhos para a transforma��o do �lcool num mercado de matérias-primas que movimentar� mil milhões de d�lares, nos próximos 30 anos. No ano passado, o Brasil exportou apenas 10 por cento da produ��o total de �lcool, cerca de 1,7 mil milhões de litros, segundo a União da Ind�stria da Cana-de-A��car (UNICA), entidade que representa os empres�rios do sector. Actualmente, o Brasil produz 17 mil milhões de litros de �lcool por ano, com uma área plantada de tr�s milhões de hectares de cana de a��car. O Proalcool, programa brasileiro de utiliza��o do �lcool como combust�vel, foi criado em 1975 ap�s o aumento do pre�o internacional do petr�leo, resultado de crises pol�ticas no M�dio Oriente. Na �poca, o Brasil importava grande parte do petr�leo que consumia e o Proalcool foi uma forma de diminuir as despesas com divisas do país nas suas importa��es. Recentemente, as produtoras de autom�veis desenvolveram, no Brasil, uma tecnologia que permite a utiliza��o de �lcool ou de gasolina no mesmo ve�culo. O resultado � que 80 por cento dos autom�veis novos actualmente vendidos nas concession�rias j� utilizam a nova tecnologia, chamada de "flex-fuel". Um quarto do total da frota brasileira de 20 milhões de ve�culos utiliza o etanol, que responde por 45 por cento do consumo total de combust�veis. O etanol está disponível. aos consumidores brasileiros em todas as 35 mil esta��es de combust�vel espalhadas pelas diversas regi�es do país. O etanol brasileiro � base de cana-de-a�ucar � um dos mais baratos do mundo, 0,22 d�lares por litro, enquanto que o pre�o nos EUA, produzido a partir do milho, � 0,30 d�lares. A tarifa de importa��o aplicada pelos EUA sobre o �lcool brasileiro � de 0,15 d�lares por litro, o que reduz a competitividade do produto no mercado norte-americano. A redu��o dessa tarifa � uma das principais reivindica��es dos produtores brasileiros de etanol, o que possibilitaria a abertura do mercado norte-americano ao produto brasileiro. O �lcool produzido a partir da cana de a��car � considerado mais eficiente do que o produzido a partir do milho, segundo especialistas do sector. Para cada unidade de energia usada na produ��o de �lcool a partir do milho, � obtida 1,3 unidades de energia, o que representa um ganho de 30 por cento. No caso do �lcool produzido a partir da cana de a��car, por seu turno, para cada unidade de energia utilizada, são obtidas oito unidades de energia. A expansão da produ��o de etanol enfrenta cr�ticas de defensores do meio ambiente, temerosos de que o cultivo da cana de a��car estimule a desflorestação de matas nativas e reduza a produ��o de alimentos. Especialistas do sector, recentemente reunidos no Primeiro Encontro Luso-brasileiro de Neg�cios em Bicombust�veis, afirmaram, entretanto, que novas plantações de cana de a��car podem utilizar áreas actualmente ocupadas por pastagens degradadas. A utiliza��o de áreas degradadas seria suficiente para aumentar a produ��o de etanol, no Brasil, sem que haja necessidade de aumentar a desflorestação, nomeadamente da regi�o central do Brasil e da Amaz�nia. Na Cimeira do Mercosul, na última sexta-feira, em Assun��o, no Paraguai, o presidente da Bol�via, Evo Morales, voltou a criticar a "sinistra ideia de converter alimentos em combust�veis para famintos carros norte-americanos". Evo Morales citou as conclus�es de uma recente reportagem da revista brit�nica "The Economist" que indicou o aumento do pre�o de propriedades e de carne bovina, resultados da produ��o de etanol a base de milho. Lula da Silva, por seu turno, salientou que a experi�ncia brasileira demonstra que a produ��o de biocombust�veis não oferece risco � redu��o de áreas voltadas para o cultivo de alimentos. "Os biocombust�veis oferecem sim uma oportunidade sem paralelo para transformarmos a regi�o (Mercosul) em p�lo industrial e tecnol�gico na vanguarda dessa revolu��o energ�tica", disse o presidente brasileiro.
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