Pelas suas qualidades nutricionais, os frutos secos, agora denominados nuts, fazem parte dieta mediterrânica. A inovação marca esta fileira, que cresce há dez anos. No II Congresso Portugal apontaram-se curiosidades, esclareceram-se mitos e partilharam-se factos do setor.
A Portugal Nuts, Associação para a Promoção dos Frutos Secos, realizou no passado dia 9 de maio o II Congresso Portugal Nuts em Beja. A cidade, capital do Baixo Alentejo, assumiu o compromisso de receber este evento até 2025, reconhecendo a importância da fileira dos frutos secos no desenvolvimento da região através da criação de postos de trabalho e dinamizando o investimento.
O II Congresso Portugal Nuts teve cerca de 500 participantes tendo sido transmitido através das redes sociais o que possibilitou a presença dos amantes de frutos secos espalhados pelo mundo.
Na edição de 2023, o tema central foi a água tendo sido apresentado o estudo que demonstra as necessidades hídricas para as culturas de frutos secos nas principais regiões de produção. Foram ainda abordados os temas da inovação e sustentabilidade assim como das tendências de mercados a nível nacional e internacional.
O evento culminou com o momento “Amigos Portugal Nuts” no qual foi atribuído um donativo decorrente dos apoios recebidos e que foi destinado ao Centro de Acolhimento Temporário – Buganvília.
Foi ainda apresentado publicamente António Saraiva, o novo diretor executivo da Portugal Nuts.
Água e o setor dos frutos secos
Para as produtividades ótimas que os produtores de pomares modernos se comprometem a obter, é fundamental ter em conta o que o conhecimento atual considera sobre as dotações de rega mais adequadas.
“Fizemos, nesta região, uma transformação extraordinária reconhecida em todo o mundo. Tudo aquilo que vocês já fizeram no Baixo Alentejo tem sido absolutamente notável”, afirmou Pedro Carmo, presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas.
O painel comentou os resultados do estudo “Determinação das necessidades hídricas das culturas de árvores de frutos de casca rija nas principais zonas de produção de Portugal”, realizado pela Real Academia de Engenharia de Madrid, apresentado na sessão introdutória do Congresso por Tiago Costa e Duarte Correia, presidente e diretor da Portugal Nuts, respetivamente.
O estudo incluiu as culturas da amendoeira, nogueira e pistácio e usou a informação existente para estas espécies, neste regime de cultivo, em Espanha, na Califórnia e na Austrália e adapta-a às principais regiões produtoras de Portugal, com base nos dados de evapotranspiração e meteorológicos fornecidos pelo IPMA.
A avaliação foi feita para pomares com árvores com o porte e o compasso dos pomares modernos para as regiões de Trás-os-Montes, Beira Baixa, Ribatejo, Alto e Baixo Alentejo.
A premência deste estudo deve-se ao facto de antecipar campanhas com escassez de água, caso se venham a verificar as previsões mais recentes que apontam para séries de sete anos secos em cada 10 até 2050. Essa informação é importante, não só para os associados produtores da Portugal Nuts, mas […]