O Bloco de Esquerda (BE) alertou hoje para os problemas causados por uma exploração pecuária “ilegal” em Marco de Canaveses, questionando a câmara por não ter resolvido a questão, como terá sido determinado em tribunal.
“Temos conhecimento de duas sentenças proferidas (por tribunais distintos) a favor dos moradores, e que, mesmo após o executivo ter sido notificado em 2020, [a câmara] iria tomar posse das instalações. Ainda não o fez”, lê-se num comunicado da estrutura concelhia daquele partido.
Para o BE/Marco de Canaveses, constata-se, “infelizmente, que as pessoas escolhidas pelos munícipes para representarem o concelho, defender os interesses do mesmo e contribuir para o seu crescimento, qualidade de vida e bem-estar demoram a fazê-lo”.
O BE recorda que, em 2017, “residentes da urbanização de Vilacetinho, na localidade de Alpendurada, fizeram uma denúncia sobre a exploração pecuária que, segundo o proprietário, alberga 5.000 cabeças de gado, sentindo todos o cheiro nauseabundo proveniente da referida exploração”.
De acordo com o partido, “a Provedora de Justiça informou os moradores que a posse administrativa seria em setembro de 2020, mas o proprietário continua a transportar gado para as instalações, mesmo com os tribunais e a Provedora de Justiça a defender os direitos dos moradores”.
“Por mais quanto tempo vai a situação arrastar-se”, questiona o BE no comunicado, lembrando que “todos estão descontentes com o grande atraso para resolver o que já foi judicialmente decidido”.
O BE/Marco de Canaveses diz ainda estar “solidário com a luta dos moradores e defende que a atividade deve cessar imediatamente e que sejam demolidos todos os pavilhões”.
A Junta de Freguesia de Alpendurada tem conhecimento da situação, mas nunca os moradores ou proprietário da exploração falaram oficialmente com aquela autarquia, disse à Lusa o seu presidente, Domingos Neves.
O autarca sublinhou que “está ao lado da população”, mas “o problema ultrapassa as competências da junta”.
Referiu ainda que a câmara mandou, há cerca de um ano, demolir as instalações, mas a exploração continua a funcionar porque o proprietário terá contestado a demolição.
A agência Lusa tentou obter uma reação da câmara municipal sobre este caso, mas não obteve resposta até ao momento.
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