Focada no desenvolvimento de biofertilizantes e bioestimulantes, com base no uso de microrganismos e de novas moléculas orgânicas originárias de fontes naturais, a Asfertglobal é uma empresa de capital 100% nacional que produz praticamente todo o seu portefólio na fábrica em Santarém, inaugurada em 2018.
O que é que diferencia a Asfertglobal em relação a outras empresas congéneres? Uma equipa muito próxima do produtor e com experimentação no território nacional (não se baseando em resultados extrapolados de outros países) composta por agrónomos, químicos e biólogos que vai à procura das soluções mais adequadas para as necessidades sentidas, responde-nos a Marketing Manager, Manuela Cordeiro.
E para encontrar estas soluções um dos pilares estratégicos da empresa passa por apoiar-se em parcerias com entidades de reconhecido mérito e experiência que testem e certifiquem a excelência dos seus produtos como ficou bem patente recentemente aquando da realização das “Jornadas Técnicas Fruticultura INIAV/ Asfertglobal”. Recorde-se que um dos projetos da parceria entre a Asfertglobal e o INIAV, mais concretamente a Estação Nacional de Fruticultura Vieira de Natividade, é no âmbito dos biofertilizantes. Em termos práticos o trabalho iniciou-se na campanha passada, num pomar de macieiras da Estação, implantado propositadamente para este trabalho e que reforça o foco da empresa em fazer investigação nas condições reais em território nacional. Objetivou-se fazer investigação de raiz, mediante a utilização de dois produtos da gama de biofertilizantes da Asfertglobal (Mycoshell – micorrizas e Kiplant iNmass e Kiplant All-Grip – consórcios bacterianos, promotores da melhor utilização da fertilização química que se aplica na cultura com vista a um melhor desenvolvimento e produtividade).
As conclusões, que foram recebidas com expectativa pela plateia repleta de técnicos e fruticultores, mostraram que em relação à testemunha, as árvores do ensaio (com aplicação de biofertilizantes) e mesmo na modalidade com redução de fertilização, tiveram um desenvolvimento superior tanto ao nível radicular como na matéria seca produzida a nível aéreo. Embora o ensaio necessite de mais tempo para consolidar resultados, neste momento aquilo que se obteve já é promissor, tanto mais que está a ser realizado por uma entidade isenta e externa à Asfertglobal, o INIAV.
Um dos pilares estratégicos da empresa passa por apoiar-se em parcerias com entidades de reconhecido mérito que testem e certifiquem a excelência dos seus produtos
Após as boas-vindas dadas pelo Engº Rui Maia de Sousa, as comunicações das Jornadas iniciaram-se com a cativante comunicação da Professora Cristina Cruz, especialista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que é parceira da Asfertglobal já há sete anos, na área da investigação e ensaio de eficácia de biofertilizantes. Esta comunicação incidiu na importância da microbiologia e da vida microbiana da rizosfera com vista a produções de elevados padrões de qualidade, nomeadamente nutricional.
Seguiu-se a apresentação do Engº Miguel Leão (investigador do INIAV) que partilhou os promissores resultados obtidos nas modalidades com aplicação de biofertilizantes no pomar de Gala ‘Redblum’. “Contudo é determinante os resultados dos próximos anos para comprovar as tendências encontradas nomeadamente ao nível de indicadores biométricos e aumento de abrolhamento dos gomos nos ramos com aplicação de biofertilizantes”, refere Manuela Cordeiro.
Mas, as Jornadas foram oportunas também na abordagem de um tópico que está na ordem do dia no que toca à pera Rocha – a estenfiliose. Sobre este tema coube a Pedro Sebastião, diretor comercial da Asfertglobal apresentar alguns resultados de um trabalho que está a ser desenvolvido naquela região por outra parceira externa (a Anadiag, empresa certificada para fazer ensaios) relativamente a soluções resíduo zero no controlo da estenfiliose.
Em suma, foi um evento muito direcionado para produtores e para técnicos de fruticultura que excedeu em muito o número esperado, tendo sido manifestado o interesse de haver nova sessão quando o desenvolvimento vegetativo das plantas estiver mais avançado (junho-julho).
Para ler na íntegra na Voz do Campo n.º 224 (março 2019)