ESPANHA Mais de 600 militares combatem as chamas. Há temperaturas recorde
O Principado das Astúrias registava 91 incêndios florestais ao meio-dia de sexta-feira, menos 30 do que às 10:30, com o fogo a chegar às portas de Oviedo. As condições meteorológicas – como os ventos fortes, a baixa humidade e as altas temperaturas – têm dificultado o combate às chamas, que afetam sobretudo os municípios de Allande, Tineo, Villayón e Valdés, no norte de Espanha.
A operação de extinção foi reforçada, tendo ultrapassado já os 600 militares, que contam com a ajuda de dezenas de viaturas terrestres, dois hidroaviões e cinco helicópteros. Há várias estradas cortadas e grupos de voluntários deslocaram-se para a zona de Naraval (Tineo), onde se verificam problemas de comunicação telefónica, para saber as possíveis necessidades dos moradores.
Durante a noite, as chamas destruíram parte do Monte Naranco, perto de Oviedo. O fogo continua ainda ativo, havendo o risco de danificar os templos católicos de Santa María del Naranco e San Miguel de Lillo, considerados Património da Humanidade pela UNESCO em 1985.
Muitos dos incêndios nas Astúrias continuam a ser em zonas altas, onde não representam perigo para a população, mas outros já obrigaram à deslocação de dezenas de pessoas e as chamas chegaram a algumas casas e cabanas em zonas isoladas. Segundo o El Mundo, um total de 174 pessoas foram retiradas de 39 casas nos municípios asturianos de Valdés, Villayón e Tineo.
O presidente do Principado, Adrián Barbón, afirmou que a maioria dos incêndios – “99%” – foram intencionais e assegurou que já existem suspeitos de terem causado os incêndios. Acrescentou que as autoridades vão agir “com contudência” para que os responsáveis paguem “com todo o peso da lei”. “As Astúrias não se incendiaram. Eles incendiaram-na. E os responsáveis são aqueles que atearam fogo às nossas florestas. São criminosos, delinquentes, e vão ser julgados e tratados como tal”, escreveu o líder regional no Twitter.
Hoje, o presidente das Astúrias falou de “verdadeiros terroristas” que colocam “vidas, vilas e cidades em perigo”. O próprio Barbón explicou com um gráfico a onda de incêndios que, embora se concentrem principalmente nas Astúrias, também atingiram a Cantábria.
A maioria dos fogos parece ter sido causada propositadamente por incendiários e outros, segundo as autoridades, foram surgindo à medida que as temperaturas sobem para níveis recorde. As chamas surgiram “em cima” de outro incêndio que ardia há já oito dias e que começou na região de Valência, onde arderam 4.700 hectares de floresta e alguns edifícios foram queimados.
Na vizinha Cantábria, 38 incêndios florestais também estão ativos. Na Galiza, um grande incêndio queimou 1.600 hectares esta semana.
Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, também já mostrou a sua preocupação com a situação.
Veja a reportagem na CNN Portugal.