Enquanto Lisboa discute uma pista de gelo, o Estado envia para as serras técnicos superiores ao volante de carros velhos, para garantir o fundamental como vigiar a sanidade animal e fiscalizar os fund
4L foi um icónico modelo produzido pela Renault entre 1964 e 1994. Há 30 anos atrás, em 1989, quando entrei para a Escola Agrícola de Rates, Póvoa de Varzim, um professor que tinha um desses carros e um humor imbatível, dizia-nos que a 4L tinha ficado em segundo lugar num concurso de aerodinâmica contra um frigorífico e que se baseava no princípio mecânico “o que não existe não avaria”. Talvez por isso foi o carro adotado pelo ministério da agricultura para os técnicos que nos visitavam para vigiar a execução dos projetos, fazer a inspeção sanitária da sala de ordenha ou as vacinações e controlo sanitário dos animais.
Recordei-me de tudo isto há um ano quando um técnico da Direção Regional de agricultura do Norte morreu abalroado por um camião dentro de um destes carros. Eu não o conhecia, não sabia o nome do senhor, ele trabalhava longe da minha zona, mas era amigo comum de dois amigos meus e reparei no assunto porque o primeiro recusou uma chamada minha por estar no velório e o segundo faltou a uma reunião para ir ao funeral.