A área para agropecuária no Brasil cresceu 50% em 38 anos e representa um terço do território, com a Amazónia a tornar-se o bioma com maior área de pastagens, indicou hoje a mais importante organização de mapeamento do país.
Novos dados divulgados hoje pelo MapBiomas Brasil demonstram que, entre 1985 e 2022, a área ocupada pela agropecuária no Brasil cresceu 50%, de 187,3 milhões de hectares, para 282,5 milhões de hectares, o que representa um terço de todo o território do gigante sul-americano.
“Quase dois terços (64%) da expansão da agropecuária no Brasil é resultado do desmatamento para pastagem, cerca de 64,5 milhões de hectares”, detalhou a MapBiomas Brasil.
A Amazónia foi a região onde as áreas de pasto mais cresceram: ocupavam 13,7 milhões de hectares em 1985 e avançaram para 57,7 milhões de hectares em 2022.
A Amazónia ultrapassou mesmo o bioma do Cerrado brasileiro, onde se registou uma diminuição de 55 milhões de hectares de pastos para 51,3 milhões de hectares, entre 2013 e 2022.
Relativamente à área de cultivo agrícola no país que é um dos principais ‘celeiros do mundo’, foi registado um aumento de 41,9 milhões de hectares entre 1985 e 2022, chegando agora a 61 milhões de hectares.
“Desse total, 35 milhões de hectares são do avanço da soja, que, sozinha, aumentou a área cultivada quatro vezes”, frisou.
Em setembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil anunciou que exportações brasileiras de produtos agropecuários atingiram um recorde em agosto e chegaram aos 14,64 mil milhões de euros.
“O valor correspondeu a 50,4% do total exportado pelo Brasil”, detalharam as autoridades brasileiras, acrescentando ainda que o bom resultado do agronegócio brasileiro se deveu, em grande parte, ao recuo dos preços internacionais dos alimentos.
O milho, a soja em grãos e o farelo de soja bateram recordes de valor e quantidade.
De acordo com o relatório, a China, que importou quase um quarto dos cereais brasileiros, foi o principal destino deste produto.