Chamo-me Carlos e nasci em 1974. Cresci, vivo e trabalho entre campos e vacas. Com 3 anos trocava as bolachas da avó Esperança para acompanhar a minha mãe na ordenha. Conduzo trator desde os 7 anos (hoje a coluna queixa-se desse trabalho, em algumas obras e na ordenha, portanto não tentem repetir isso em casa porque além disso o trabalho infantil agora é condenado). Não deixei de estudar por causa disso nem as notas se queixaram. Passei pela Escola Primária do Loureiro em Árvore (na foto, tirada em 1981), pelo Colégio S. José (Pelayos), pela Escola Secundária José Régio (ambas em Vila do Conde), pela Casa-Escola Agrícola Campo Verde (Rates – Póvoa de Varzim), para ser Técnico de Gestão Agrícola (onde mais tarde também fui formador) e, já instalado como empresário agrícola, estudei na Universidade Aberta (Universidade pública de ensino à distância) para obter a licenciatura em Ciências Sociais. Como todos os agricultores, juntei à minha formação uma série de cursos profissionais indispensáveis para a nossa atividade.
Sou casado com a Carina e temos dois filhos, o Pedro e o Luís. Damos continuidade ao trabalho dos nossos pais e trabalhamos para os nossos filhos, preocupamo-nos com o seu futuro e com o mundo que lhes vamos deixar. Com a ajuda do Hugo, nosso colaborador na Quinta do Sinal, cultivamos os campos para alimentar as vacas e cuidamos das vacas para alimentar os portugueses, para que tenham ao pequeno almoço leite, queijo, manteiga, iogurtes e outras coisas boas e saborosas, fruto do nosso trabalho e de quem na indústria transforma o leite que produzimos em produtos lácteos de qualidade e sabor.
Para além da família e da agricultura, tenho como paixões o associativismo e a comunicação. Fui dirigente na ACR, na AJAP, na AJADP, na Cooperativa de Vila do Conde e na APROLEP, onde ainda colaboro. Escrevo há cerca de 25 anos na revista mundo rural, escrevi 15 anos no jornal Terras do Ave, colaboro na revista Produtores de leite e em toda a comunicação da APROLEP e escrevo esporadicamente artigos de opinião quando me convidam ou entendo ser importante intervir.
Apesar de todos os meios de comunicação e das novas redes sociais, tenho me apercebido que o desconhecimento sobre a agricultura é enorme, começa a ser aproveitado com perigosas intenções e exige de nós um esforço maior e melhor de comunicação. Comunicação que é uma ciência e deve ser encarada de forma profissional por quem tem responsabilidade e capacidade financeira, mas comunicação que deve ser autêntica e assumida na primeira pessoa. Por isso entendi ser este o momento de avançar com um projeto antigo (que estava na gaveta dos projetos adiados) e avançar com um blog e página pública no Facebook e Instagram para apresentar regularmente o nosso trabalho na agricultura, comentar a atualidade e recuperar alguns textos antigos que possam ser úteis para o momento.
Não prometo publicar diariamente, porque antes desta paixão estão as responsabilidades com a família, o trabalho e a APROLEP, mas farei um esforço para publicar regularmente. O meu próximo artigo chamar-se-á “Poste político sobre o futuro do ministério da agricultura” e não, não me enganei, não quis escrever “post”, é para ser mesmo “poste”, porque achei piada à palavra quando alguém rabugento escreveu assim para criticar um “poste” meu, porque é uma palavra portuguesa, e é para ser como um esteio de granito, para marcar uma posição. Até breve, fiquem bem. 6.10.2019