[Fonte: Anpromis]
São abatidos todos os anos em Portugal entre 20 mil a 30 mil javalis, mas estima-se que a população daquela espécie selvagem possa situar-se acima dos 100 mil e não para de aumentar Agricultores e proprietários de zonas de caça garantem que o país está perante uma situação de praga de javalis e, pior que isso, perante uma ameaça para a saúde pública, pois trata-se de animais que podem transmitir facilmente doenças, como a tuberculose, a triquinose ou, verdadeiramente grave, a peste suína africana.
O abate de 20 mil a 30 mil por ano, segundo João Carvalho, secretário-geral da Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão, Cinegética e Biodiversidade (ANPC), já não chega. “É preciso mais para que evitar que o problema se torne incontrolável”.
Prejuízos de milhões
Aquele responsável nota que em vários países europeus – como França, Bélgica ou Luxemburgo – já há, aliás, medidas muito restritivas no combate à praga dos javalis e, para Portugal, os agricultores reclamam agora das entidades oficiais licença para matar. Querem que sejam autorizadas montarias dirigidas em certas zonas do país, pois os prejuízos causados rondam já vários milhões de euros anuais, segundo uma estimativa rápida da ANPC, embora sem rigor científico.
Uma outra organização setorial, a ANPROMIS, que representa os produtores de milho e sorgo, numa breve consulta a 150 dos seus associados, apurou perto de um milhão de euros de prejuízo em 2018, sobretudo na zona da lezíria ribatejana (mas há milhares de produtores afetados).
Javalis invadem praias na Arrábida
Só na zona da Serra da Arrábida – onde é proibido caçar – têm estado a ser legalmente abatidos todos os anos cerca de 500 javalis, pois, em busca de comida, chegam a entrar nas zonas de praia, com todos os perigos que isso pode representar para o turismo.
As várias organizações de agricultores, do milho aos cereais praganosos, passando ainda pelos proprietários de zonas de caça reuniram com o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que é a entidade que autoriza as montarias e os abates dirigidos de javalis e reclamam um pacote de medidas imediatas.
Desde logo, aumentar o esforço de caça e autorizar ações de controlo de densidades para mitigar os avultados prejuízos causados em determinadas culturas agrícolas mais intensivas, entre as quais o milho, mediante a realização de batidas, montarias e esperas.
Prevenir a peste suína africana
Por outro lado, financiamento comunitário para a instalação de cercas eletrificadas que possibilitem minimizar os prejuízos provocados pelos javalis. Mas os agricultores e caçadores apelam ainda à Direcção Geral de Alimentação e Veterinária a adoção de medidas preventivas contra a peste suína africana.
Os javalis são uma ameaça não apenas para a saúde pública e para a agricultura, mas também para a segurança rodoviária. Muitos acidentes são causados por javalis que atravessam inesperadamente as estradas.
Fonte: Expresso
Anpromis | 1º Congresso Ibérico do Milho 2019 (Lisboa, 13 e 14/02/2019)
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