Tej Virk comprou a Holigen, que cultiva em Sintra e Aljustrel, por 33,2 milhões de euros. O CEO da Akanda diz que essa canábis medicinal será vendida nos principais mercados da Europa. Em Portugal existem 18 empresas a funcionar com licença do Infarmed, com mais 99 interessadas.
Basta uma rápida pesquisa no Google para Portugal surgir como um excelente país produtor de canábis medicinal. “Great climate and location for cannabis grow and export. Outdoor cannabis grows well in Portugal and can be produced at a lower cost than other European countries”, lê-se no site da Cannavigia, empresa suíça que se dedica a ajudar quem deseja enveredar por este ramo de negócio. A parte da publicidade de que, por cá, os custos são mais baratos refere-se ao preço dos terrenos – sendo mais económicos do que no resto da Europa, tal como a mão-de-obra.
Portugal já é um grande produtor e exportador de canábis medicinal. A lei que autorizou o cultivo e a exportação de canábis em Portugal data de 1 de Fevereiro de 2019. Depois disso, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, cuja missão é regular e supervisionar toda a cadeia de produção, desde o cultivo da planta, preparação e desenvolvimento de substâncias à base de canábis até à aprovação de medicamentos e licenças, disse ao NOVO “que quanto a pedidos de licenciamento de empresas, para actividades de cultivo, fabrico, importação e exportação de canábis para fins medicinais, actualmente encontram-se licenciadas 18 empresas”, mas, além destas, o Infarmed recebeu 99 pedidos, dos quais “nove encontram-se em análise, dez aguardam resposta a pedidos de elementos por parte das entidades requerentes e 80 esperam o pedido de vistoria às instalações também por parte das entidades requerentes”.
A mesma fonte adianta que, no que toca a pedidos de autorização de colocação no mercado nacional de preparações e substâncias à base da planta, actualmente existe uma preparação à base da planta da canábis autorizada (flor seca da Tilray) e encontram-se em curso dois pedidos de autorização de colocação no mercado (ACM), um relativo à flor seca para inalação por vaporização e outro tendo em vista uma solução oral. “Ambos aguardam respostas por parte das entidades requerentes”, diz o Infarmed.
Multinacionais de olho
A verdade é que este é um mercado com muita actividade. Em Abril, a Holigen, empresa canadiana da The Flowr Corporation, que detinha uma propriedade indoor de canábis com cerca de 7600 metros quadrados em Sintra e ainda uma instalação exterior com perto de 40 hectares em Aljustrel (Beja), foi comprada pela Akanda, sediada no Reino Unido – uma IPO de 33,2 milhões de euros colocada com sucesso no mercado de capitais norte-americano Nasdaq. Em Julho de 2019, o grupo de Toronto recebera autorização do Infarmed para avançar com a plantação de canábis medicinal em Portugal, num investimento estimado em 45 milhões de euros, mudando de mãos passados três anos.
O CEO da Akanda, Tej Virk, revelou ao NOVO que escolheu Portugal porque o país legalizou a canábis medicinal em 2018, antes de muitos outros países da União Europeia, e desenvolveu uma estrutura que o posiciona como um centro de produção e exportação de canábis […]
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