A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) manifestou um conjunto de preocupações sobre o futuro da agricultura europeia, na sequência da sua participação no “Forum for the Future of Agriculture”, que teve como nota dominante «o grau de indefinição e de incertezas na Europa». Este evento foi organizado pela European Landowners Organization e decorreu a 9 de Abril, em Bruxelas.
Relativamente a Portugal, a associação refere que, em fim de execução do PDR 2020, «aumentam as nossas dúvidas relativamente ao futuro programa europeu da PAC [Política Agrícola Comum] e naturalmente a sua adaptação a Portugal, pois espera-se confuso, com novas regras e menos dinheiro». Por exemplo, faltam respostas para «a previsível diminuição financeira em relação ao II pilar da PAC para Portugal, estimada em menos 15% relativamente, ao anterior PDR – programa que, por falta de verbas, vai ficar aquém das necessidades rurais de investimento no País, nomeadamente no rejuvenescimento dos seus agricultores considerados dos mais envelhecidos da Europa».
A nível europeu, a AJAP critica a «ausência de respostas» a muitas questões: «Qual o rumo da agricultura europeia para o futuro? Que agricultores a futura PAC pretende privilegiar na Europa? Que políticas de incentivos aos jovens agricultores numa Europa envelhecida? Como pretende a futura PAC lidar com as grandes questões que a sociedade civil europeia coloca, desde logo o desperdício alimentar, a economia circular, a sustentabilidade ambiental e ecológica, as alterações climáticas (períodos de seca prolongados/uso eficiente da água), combate ao abandono e desertificação das zonas rurais?».
No mesmo documento, a AJAP defende que o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos «está em óptimas condições para assumir no futuro a pasta de Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural». Num contexto de proximidade de eleições europeias, a associação sustenta esta opinião «atendendo a algumas prioridades» que o ministro da Agricultura «introduziu» em Portugal: «a dinamização e investimento no regadio, nas florestas, na agricultura familiar e a introdução do Jovem Empresário Rural [JER]».
Para a AJAP, «importava agora que a sua [de Capoulas Santos] visão global sobre a agricultura na Europa face ao seu curriculum europeu, e sensibilidade em relação a outros continentes, nomeadamente África, pudesse ser associado a um quadro de maior responsabilidade e de intervenção política íntegra e estratégica para a Europa e na sua relação com os países mais debilitados e com as superpotências produtivas de países de outros continentes». Recordamos que, numa entrevista recente, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, também defendeu o nome de Capoulas Santos para assumir o cargo de Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural.