A AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal está solidária com os agricultores afetados pelos incêndios que atingiram Portugal este verão. Nos últimos dias, a Associação tem apoiado vários agricultores nos territórios mais fustigados, tendo distribuído rações e feno.
Lisboa, 1 de Setembro de 2025 – A AJAP, algumas das suas entidades e técnicos, avançaram com iniciativas no terreno, na tentativa de fazer um ponto de situação acerca das necessidades imediatas de pessoas e de animais afetados pelos incêndios. Nomeadamente na Região Centro, mas também no Norte, estabeleceram muitos contactos, a par de outras organizações agrícolas, da entreajuda de colegas agricultores do Sul, e até de cidadãos de outras regiões, no sentido de minimizar os impactos provocados pelos dramáticos fogos deste verão de 2025.
Uma catástrofe, um inimigo de Portugal, para o qual temos de nos preparar, para cada vez mais e melhor o possamos evitar, e combater quando surgir (com meios eficazes e com a maior celeridade possível).
Os danos foram muitos e avultados e envolvem animais, culturas anuais, pomares, soutos de castanheiros, outras plantações plurianuais, máquinas, equipamentos, espaços de apoio à atividade agrícola, bem como empresas nas áreas do turismo rural e outras empresas.
No que diz respeito a entidades recetoras da AJAP, deixamos o exemplo da Copsel – Cooperativa Agrícola do Concelho de Sousel, como doadora, e da Biocôa – Associação de Agricultores Biológicos do Vale do Côa (recetora e distribuidora da ajuda), fazendo-o ambas gratuitamente em várias freguesias dos concelhos de Pinhel, na entrega de rações e feno para animais.
Entretanto, a AJAP e a Herculano – Alfaias Agrícolas, S.A., em alerta no terreno e num espírito de total solidariedade, estabeleceram contactos com outros concelhos, diretamente com agricultores, associações de agricultores, cooperativas, inclusive autarcas, tendo adquirido e distribuído rações e feno, em Seia, Trancoso e Pinhel.
Após a reunião de Conselho de Ministros em Viseu (21 de agosto), o Governo, e bem, apresentou o pacote de ajudas específicas para atenuar os efeitos devastadores destes incêndios. Infelizmente, nem uma palavra às organizações de agricultores nacionais, sempre disponíveis para colaborar, num momento destes em que todos temos de ser céleres, na entrega de bens, sejam donativos ou oficiais do Estado Português. Têm chegado à AJAP vários relatos de agricultores da Região Centro e Norte do País, reportando diversas dificuldades no acesso aos apoios disponíveis, nomeadamente com os formulários de reporte de prejuízos (disponibilizado pela CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional). Pois durante a semana passada ainda não estavam disponíveis, causando diversos constrangimentos aos lesados e obrigando muitos a terem de se deslocar às câmaras municipais para avançarem com o processo, e outros mesmo a solicitar aos técnicos das organizações, incluindo a AJAP e entidades da AJAP, ajuda nestes processos.
AJAP defende mais e melhor articulação no terreno
Para a AJAP, esta cadeia de burocracia é incomportável e não facilita, em nada, o apoio premente que se exige aos agricultores. Neste contexto, a AJAP defende a necessidade de haver uma maior e melhor coordenação no terreno, sobretudo entre autarquias, CCDR, e nomeadamente organizações de agricultores (praticamente esquecidas, por forma a apoiar os agricultores em toda a linha, neste período tão difícil, em que muitos perderam o seu sustento e muitos bens.
Fonte: AJAP