Os agricultores gregos decidiram hoje intensificar os protestos para exigir ajuda financeira e anunciaram que vão bloquear mais estradas em todo o país, apesar de o Governo conservador ter concordado com algumas das suas exigências.
Os agricultores deverão cortar hoje vários troços da autoestrada que atravessa o centro do país, onde estão a decorrer os maiores protestos, de acordo com a imprensa local, citada pela agência espanhola EFE.
Na última semana, milhares de agricultores e criadores de gado têm organizado protestos, incluindo bloqueio de estradas, contra o aumento contínuo dos custos de produção e a diminuição dos rendimentos.
O primeiro-ministro conservador da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, anunciou na terça-feira que o Governo vai aumentar a ajuda a cada produtor da região central do país, onde as cheias de setembro passado dizimaram as colheitas.
A ajuda passará dos atuais 2.000 euros para um máximo de 10.000 euros.
Os agricultores consideram esta medida insuficiente e exigem que as indemnizações do Estado sejam pagas desde já.
Segundo afirmam, muitos agricultores e criadores de gado ainda não receberam um único pagamento do Estado.
Outra das principais reivindicações é a revisão da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia, cuja aplicação, segundo clamam, reduz o rendimento para metade.
Exigem também uma redução dos custos de produção através de isenções fiscais para os combustíveis, bem como uma indemnização devido à diminuição de lucros e a uma série de catástrofes naturais.
Os protestos com tratores também ocorrerão hoje no norte da Grécia, em especial na região de Evros, na fronteira com a Turquia, onde no verão passado um enorme incêndio florestal queimou uma vasta área de culturas.
Estão também previstos protestos em regiões da península do Peloponeso (sul).
Para quinta-feira, está anunciado um protesto que reunirá milhares de agricultores do norte da Grécia com centenas de tratores na cidade de Salónica, a segunda maior cidade do país.
Os protestos do setor têm ocorrido nas últimas semanas também em países como a França, a Itália, a Bélgica, a Alemanha, a Polónia e a Roménia.