O líder do Iniciativa Liberal/Açores, Nuno Barata, considerou hoje que reivindicar mais fundos comunitários de Bruxelas para o POSEI e a exportação para vender manteiga ou queijo em barra “não é negócio”.
Para Nuno Barata, “reclamar de Bruxelas mais verbas para o POSEI – Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas, e apoios à exportação para continuar a vender manteiga, queijo em barra e leite em pacotes ‘tetra pack’ não é negócio, porque o resultado vai ser sempre o mesmo”.
O dia de campanha de hoje do dirigente do IL/Açores, que é também cabeça de lista por São Miguel e pelo círculo de compensação às legislativas regionais de 25 de outubro, foi dedicado à agricultura, com uma visita à exploração agrícola da Boa Fruta, no denominado Prédio das 20 Estufas, nas Laranjeiras, em Ponta Delgada.
Nuno Barata apontou a necessidade de diversificar a agricultura e criar valor acrescentado, como “duas questões que não podem estar dissociadas”, adiantando que não se pode “continuar a fazer igual”.
O dirigente exemplificou referindo que “se no século XIX as ilhas estavam plantadas de laranjais e se ganhava imenso dinheiro com isso, construindo-se palácios e palacetes, com todos a enriquecer, se tivesse havido Bruxelas a pagar POSEI para continuar a produzir laranja que adoecia, e que não tinha mercado, provavelmente hoje não se produzia leite, mas sim laranja com moléstia para enterrar e receber subsídios da União Europeia”.
O cabeça de lista quer que os fundos comunitários sejam canalizados para “inovação tecnológica e valor acrescentado dos produtos”, apontando que a indústria de laticínios “faz sempre mais do mesmo, havendo quatro fábricas nas ilhas de São e Terceira que produzem o mesmo tipo de produto, de baixíssimo valor acrescentando”.
A visita à exploração agrícola da Boa Fruta no Prédio das 20 Estufas – que para Nuno Barata é uma empresa inovadora, a fazer bem a ligação entre as culturas tradicionais, a agricultura e o turismo – serviu para afirmar a necessidade de “criar emprego para o futuro e gerar novas atratividades para quem visita os Açores”.
Para o dirigente do IL/Açores, este é um exemplo de como uma empresa, que possui a particularidade de produzir ananás em estufa de vidro, “cria valor acrescentado e emprego diferenciado”.
Concorrem aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional 13 forças políticas: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
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