O futuro da biodiversidade e uma resposta mais eficaz às alterações climáticas dependem da renovação do modelo agrícola. Sendo certo que a atividade agrícola revela, no geral, uma crescente disponibilidade para incorporar melhores práticas ambientais, também é inegável que para garantir a sustentabilidade do setor, conter as alterações climáticas e evitar o declínio da biodiversidade, se exige muito mais. A política agrícola comum (PAC) que tem orientado as escolhas nacionais, enfrenta hoje um fortíssimo repto para uma mudança em prol de uma maior harmonia entre a prática agrícola, a natureza e a saúde humana: os passos tímidos e hesitantes que têm caracterizado esta política europeia já não são suficientes. A introdução das medidas agroambientais em 1992, e as sucessivas reformas da PAC, não foram capazes de dar resposta aos desafios sociais e ambientais. A mais recente tentativa de uma PAC “mais verde”, em 2013, constituiu um enorme fiasco.
Os apelos da comunidade científica têm-se intensificado no sentido de ancorar a agricultura europeia numa política com maior ambição ecológica, mas a nova PAC, em discussão em Bruxelas, está longe de responder às preocupações e recomendações da ciência. Entre os gravíssimos problemas que se agudizam, destaco o consumo excessivo de fertilizantes azotados sintéticos – um desastre ecológico, social e económico. O fabrico destes fertilizantes, que a Europa importa em grande quantidade, tem um enorme impacto climático,