Parece BRINCADEIRA mas é a SÉRIO!!!
As condições metereológicos mediterrânicas são assim mesmo, agravadas agora pelas alterações climáticas dos últimos anos, tornam estes ciclos catastróficos, cada vez mais intensos, prolongados, frequentes e com mudanças inesperadas e inexplicáveis.
Depois do melhor Outono em precipitação do Século XXI (2022) em Portugal, (exceptuando o Barlavento Alentejano e o Algarve), temos agora o pior Inverno e Primavera em termos de escassez de precipitação deste mesmo Século XXI (2023).
Parece MENTIRA, mas o SEQUEIRO no nosso País, que representa mais de 85% da superfície agrícola útil, atravessa a maior SECA de que há memória em Portugal.
Como é possível passarmos de Inundações para Secas em tão curto espaço de tempo?
A CHUVA caída no final de 2022, permitiu uma boa armazenagem de água (pena que os nossos políticos não percebam a riqueza que representa um maior armazenamento de água daquele que dispomos), onde não vai haver em 2023, problemas de consumo de água para a Produção de Energia, para o Consumo Humano, para o Uso na Agricultura e para o Abeberamento Animal. (excepto claro, as regiões que atrás referi).
A SECA que nos ASSOLA ao dia de hoje, particularmente todo o Sequeiro, se as actuais condições climatéricas se mantiverem (sem precipitação e temperaturas altas, conforme são as previsões metereológicas para as próximas semanas), irão trazer consequências imprevisíveis e custos incalculáveis na produção, principalmente para a alimentação dos animais produzidos em sistemas extensivos (sem pastagens), para as culturas anuais e permanentes, para os montados de azinho e sobro, para o olival tradicional, para as árvores de fruto e para a floresta.
Esta SECA terá que ter desde já, medidas extraordinárias do Governo, que não implicam necessariamente mais apoios financeiros, mas sim competência e profissionalismo para solicitar de imediato a Bruxelas (CEE), algumas alterações às regras comunitárias em vigor, nomeadamente para as áreas passíveis de pastoreio, para a produtividade dos cereais de sequeiro nos pagamentos ligados e para outras medidas já sobejamente conhecidas, que não custam dinheiro ao Orçamento do Estado, mas são eficazes para uma Seca como está que estamos a viver.
É indispensável e obrigatório que este GOVERNO, como pessoa de bem, pague o que ainda deve aos AGRICULTORES de ajudas anteriores, que prometeu e ainda não cumpriu (dinheiro esse que ainda por cima é maioritariamente Europeu) e que se referem às ajudas da RESERVA de CRISE da SECA e GUERRA de 2022, que todos os Agricultores Comunitários já receberam há muito e a nós Agricultores Portugueses ainda nos devem. Tenham vergonha!!!
Refiro-me concretamente a 1,9 milhões de euros correspondente ao 1.º pacote do FEAGA, que era de 24,3M€ e apenas foram pagos 22,4M€.
Não há desculpas de mau pagador. As portarias são para se cumprirem.
O nº4 do artigo 19.º da Portaria 180/2022 de 14/07 é bem claro nos critérios de pagamento e este montante está em dívida aos agricultores.
Refiro-me também a 19,5 milhões de euros correspondentes ao 2.º pacote, agora do FEADER, que era de 57,1M€ e apenas foram pagos 37,6M€.
Nãos estamos a pedir mais dinheiro, mas sim o que é nosso e já devia estar pago!!!
Para terminar, referir apenas que o pacote de 180M€, agora negociados pela produção representada pela CAP, neste acordo do IVA zero para alguns alimentos, deve ser pago quanto antes para que os seus efeitos sejam refletidos o mais rapidamente possível nos consumidores, mas que não servem para calar os Agricultores, muito menos para nos fazer baixar os braços às nossas reinvidicações, aos nossos protestos do desgoverno em que se encontra a Agricultura e principalmente às alterações imprescindíveis deste PEPAC, que não defende de forma alguma os interesses dos Agricultores Portugueses.
Que esta maldita SECA que nos ASSOLA, não se transforme também na SECA da INCOMPETÊNCIA de quem nos GOVERNA.
José Eduardo Gonçalves (Bi)
Agricultor
Os Insultos aos Agricultores e à Agricultura – José Eduardo Gonçalves
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