A rotação de culturas é uma técnica agrícola utilizada para alternar as espécies vegetais numa mesma área agrícola, com propósitos culturais, época de produção e conservação do solo, e a sua boa planificação melhora, ao longo do tempo, os níveis de matéria orgânica (estimulando a atividade dos microrganismos) e as características físicas, químicas e biológicas do solo e promove a retenção de água nas camadas mais profundas.
A planificação da rotação de diferentes culturas a cada ciclo promove a máxima eficiência da capacidade produtiva do solo e, dada a libertação alternada de nutrientes, esta técnica cultural proporciona a produção diversificada de produtos agrícolas e a melhoria na produtividade das culturas, resultando no aumento do rendimento.
A rotação de culturas auxilia ainda no controlo de pragas e doenças e das ervas daninhas, otimiza a economia de gastos nos produtos fitofarmacêuticos e fertilizantes, protegendo assim a natureza.
O plano deve considerar as espécies da mesma época, com o mesmo tipo de crescimento, mas com sistema radicular e exigências nutricionais diferentes, e a boa adaptação às condições edafoclimáticas locais.
Para potenciar o solo e minimizar a redução da fertilidade, é importante conhecer as propriedades das plantas e determinar qual é o melhor ciclo a seguir na rotação de culturas.
Os critérios a ter em conta para a divisão em grupos podem ser: o tipo de produção (raiz, fruto, folha e sementes); a família de culturas (Asteráceas, Brássicas, Cucurbitáceas, Liliáceas, Fabaceas, Solanáceas e Apiaceas); ou outros requisitos pontuais, como, por exemplo, os nutrientes do solo.
As culturas da família das Fabaceas são consideradas culturas melhoradoras do solo, porque são excelentes fixadores de azoto, promovendo assim azoto disponível para as culturas do ciclo seguinte, ao contrário do que acontece com as culturas da família das Brássicas, que esgotam rapidamente o solo.
Artigo publicado originalmente em DICAs.