ORIGEM E EVOLUÇÃO
A Cannabis sativa, utilizada pelo ser humano há mais de 12.000 anos, constitui uma das plantas mais antigas, resistentes e com capacidades de adaptação pouco comuns no planeta. Segundo estudo publicado na revista Science Advances (2021), esta planta, inicialmente selvagem, de propagação espontânea, foi, segundo achados arqueológicos, domesticada pela primeira vez no início do Neolítico, no Leste Asiático (e não na Ásia Central como se acreditava), enquanto todas as plantas criadas artificialmente (denominadas de cultivares) tiveram origem num fundo genético ancestral comum.
Por volta de 8000 anos a.C., os chineses já haviam descoberto que a planta contém propriedades de excelência para papel, peças de vestuário e uso medicinal. A partir da China, a planta foi disseminada pela Índia, Médio Oriente e África. Perto de 3.000 anos a.C. surgiu o primeiro registo histórico da canábis para fins medicinais, documentado no livro chinês Pen Tsao, de 1578, a primeira farmacopeia da História, onde se defendia que a canábis é eficaz no tratamento de dores articulares, gota e malária.
Entre 2000 e 1400 a.C. foram descobertos os efeitos psicoactivos desta planta e entre 1000 a.C. até meados do século XIX a canábis e o cânhamo foram utilizados na medicina, indústria têxtil, cordoaria, obtenção de combustível e celulose para produção de grande parte do papel, proporcionando a expansão económica de muitos países, nomeadamente a Inglaterra, […]