PSD, Chega e IL fazem bem em manter o escrutínio implacável da Comissão de Inquérito sobre a TAP. Mas:
– não deveriam, porém, deixar que o tema exclusivo sejam as tricas nos ministérios e na chefia do governo. Devem simultaneamente insistir na extraordinária perda de valor da nacionalização socialista, e desfazer as fantasias com que o PS vem tentando fazer crer (mais uma vez) que a culpa é do Governo Passos Coelho, que privatizou em cumprimento do Memorando de Entendimento que os socialistas negociaram e assinatram, para resgate da bancarrota que os socialistas provocaram.
– acima de tudo, PSD, Chega e IL não podem deixar-se cair na armadilha de se focarem exclusivamente na CPI ou na palhaçada da nova lei do tabaco e outros fogachos do género criados intencionalmente para os distrair, assim deixando à solta o ministro da Saúde (para fazer promessas vãs e dizer vacuidades), e o ministro da Economia (para dizer que temos «uma almofada» apesar dos 272 mil milhões da dívida, e dos juros em subida), e o ministro das Finanças (para proclamar triunfos financeiros falseados), e o ministro da Educação (para dizer nada), e o ministro das Infraestruturas (para ir empurrando o projeto de furtar Portugal à concorrência e à rede ferroviária europeia, insistir no hidrogénio verde ruinoso e produtor de luvas, ou arrasar vilas por causa do lítio) e a ministra da Agricultura (para arruinar o sector), e a ministra da Justiça (para estar ausente e calada perante instrumentalizações e entorses).
É claro que talvez para isso PSD, Chega e IL tivessem que ser oposição.
O artigo foi publicado originalmente em Corta-fitas.