A cisticercose suína é uma doença causada pelas larvas da Taenia solium, uma zoonose, sendo que os suínos se infetam pelo contato direto ou indireto com as fezes humanas, dando origem aos cisticercos, que podem localizar-se nos tecidos musculares, como a língua e pescoço, e em vários órgãos, como pulmões, coração, rins e fígado do hospedeiro intermediário (suíno).
O homem, hospedeiro definitivo, infeta-se através da ingestão de carne suína crua ou pouco cozinhada. Quando existe uma autoinfeção do ser humano pode desenvolver-se a neurocisticercose, sendo que os cisticercos se desenvolvem no sistema nervoso central, produzindo distúrbios mentais ou sinais clínicos de epilepsia ou hipertensão intracraniana, e também podem desenvolver-se nos olhos, causando cegueira. Nos humanos, a teníase é popularmente conhecida como “solitária”.
A ocorrência da cisticercose suína é um forte indicador das más condições sanitárias. Mas a erradicação da Taenia solium é possível, pois o ciclo de vida necessita do homem como hospedeiro definitivo e a única fonte de infeção para os hospedeiros intermediários poderá ser controlada.
É, por isso, importante informar as pessoas:
– evitar a contaminação fecal do solo, da água e dos alimentos destinados ao consumo humano e animal;
– não utilizar águas servidas para a irrigação das pastagens;
– cozer totalmente as carnes de suínos;
– congelar a carne suína a temperatura abaixo de -5ºC, no mínimo por 4 dias e;
– submeter as carcaças a inspeção nos centros de abate.
É igualmente importante identificar e tratar imediatamente os indivíduos infetados com a Taenia solium, para evitar a cisticercose, tomando precaução para proteger os pacientes da auto contaminação, bem como seus contatos.
Artigo publicado originalmente em DICAs.
