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– 22-05-2008 |
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Produtores de cereais do Alentejo duvidam de efic�cia do fim do pousioO fim do pousio nos campos de cereais, proposto pela Comissão Europeia na estratégia contra o aumento dos bens alimentares, terá pouco impacto junto dos agricultores alentejanos, que o t�m de manter para evitar o "esgotamento" das terras. "� uma medida mais pol�tica do que pr�tica e temos que continuar a fazer pousio, senão esgotamos e cansamos as terras", garantiu hoje � agência Lusa Jos� Eduardo Gon�alves, que possui cerca de 400 hectares de cereais na zona de Campo Maior (Portalegre). Também Jos� Miguel Ribeiro, produtor de cereais em cerca de 120 hectares na zona de Beringel, concelho de Beja, afianãou � Lusa que "s� os agricultores com terras boas" se poder�o dar a esse "luxo". "Quem tem terras boas, como as que existem � volta de Beja, � que pode semear a área toda de cereais. Sabe que, depois, vai colher. Mas são uma minoria e quem tem parcelas de terra mais marginais acaba por ter de as deixar descansar um ano em pousio", argumentou. A Comissão Europeia prop�s teráa-feira para discussão em Conselho Europeu, em Junho, uma estratégia contra o aumento dos bens alimentares que inclui o fim do pousio nos campos de cereais, para aumentar as áreas semeadas, e o aumento progressivo das quotas de produ��o de leite. Bernardo Albino, presidente da Associa��o Nacional de Produtores de Cereais (ANPOC), afirmou � Lusa que o fim do pousio poder� ter impacto "noutros países da União Europeia (UE)", mas "não em Portugal". "Em Portugal, não � determinante e h� outras medidas mais importantes, mas, para isso, o país tem que definir uma estratégia para o sector e dar sinais claros de que quer ter um razo�vel auto-aprovisionamento", defendeu. Bernardo Albino, que produz cerca de 400 hectares de cereais no Alentejo, no concelho de Monforte, lembrou que, este ano, a t�tulo excepcional, a UE j� tinha retirado o pousio obrigatério, sem grande aumento da área semeada. "Em toda a UE, a área em pousio rondava os dez por cento e, com a suspensão do ‘set aside’ [pousio], a área semeada s� aumentou cinco por cento, sobretudo em países com melhores condi��es para cereais do que Portugal e, especificamente, do que o Alentejo, em que dependemos muito do S. Pedro e temos alguns anos maus", disse. Segundo dados do presidente da ANPOC, o Alentejo possu�a, em 2005, perto de 180 mil hectares de cereais, ou seja, "metade da área nacional" com tais culturas. Da área de cereais no Alentejo, frisou Também Jos� Eduardo Gon�alves, "80 a 85 por cento" � de sequeiro e apenas os restantes "15 a 20 por cento" de regadio, o que obriga a uma rota��o de culturas em que o pousio não pode ficar fora da equa��o. "não posso fazer cereais em cima de cereais, num ciclo de cinco anos. Tem que haver rota��o das terras, com outras culturas e deixando em pousio uma parcela, pelo menos um ano", sublinhou, dando o seu exemplo, em que, de 500 hectares para cereais, planta em 400, entre trigo mole (para p�o) e duro (massas), cevada d�stica (cerveja), milho, triticale e aveia (ra��es). Com o fim do pousio obrigatério, a "�nica vantagem" será para a pecu�ria", assegurou, explicando que, ao contrário do que acontecia até agora, o gado poder� pastar nas terras em "set aside". "Hoje em dia, quem faz cereais tem de os fazer tecnicamente bem, com pousio, e com muitos cuidados para ter qualidade e não ter preju�zos, tal � o aumento dos custos com gas�leo, adubos e pesticidas, acima dos 60 por cento e, em alguns casos, de cem por cento", apontou. Garantindo que os produtores de cereais "estáo condenados a não ficar ricos", porque os custos de produ��o "subiram muito mais" do que os pre�os a que os agricultores vendem esses produtos, Bernardo Albino defendeu que o sector deve ser estratégico para o Governo, tal como a vinha, o olival, a floresta e as frutas e legumes. "Um país que tenha como estratégia alimentar a sua popula��o, tem que incluir os cereais nas fileiras priorit�rias, o que não aconteceu em Portugal. A no��o de estratégico do ministério da Agricultura � diferente da que t�m os agricultores", argumentou. J� Jos� Eduardo Gon�alves repetiu esta posi��o, sustentando que, para o aumento da área de cereais, o ministro da Agricultura, Jaime Silva, deve "dar provas de que o sector � importante" e adoptar "medidas agro-ambientais que, verdadeiramente, incentivem a produ��o e apostar na moderniza��o e capacita��o das empresas". "Para incentivar as pessoas a produzir mais cereais, os pre�os, que j� estáo a descer e não deram margens de lucro aos agricultores portugueses, t�m que ser mais estáveis e devem-se planear melhor as áreas semeadas, porque muitos dos novos olivais ocuparam, em vez de terras mais ruins, boas terras que, antes, tinham culturas cereal�feras", acrescentou Jos� Miguel Ribeiro.
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