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– 07-05-2008 |
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"Pastoreio Virtual" aplica novas tecnologias a actividade tipicamente tradicionalA tradicional actividade pastoril vai sofrer um grande incremento tecnol�gico através do projecto de "Pastoreio Virtual", que vai permitir a monitoriza��o autom�tica, através de redes de sensores sem fios, da área de pasto e do rebanho. A pedido da C�mara de Sabrosa, uma equipa de seis investigadores da Universidade de Tr�s-os-Montes e Alto Douro (UTAD), dos departamentos de Zootecnia e Engenharias, está a desenvolver o projecto "pioneiro" de "Pastoreio Virtual". O objectivo � "aplicar as novas tecnologias a uma actividade tipicamente tradicional", disse � Agência Lusa o chefe do projecto, Jorge Azevedo, professor do departamento de Zootecnia, que h� mais de 20 anos se dedica � investiga��o dos pequenos ruminantes. Para além da moderniza��o da actividade pastoril, o projecto vai desempenhar ainda um "importante papel" na preven��o dos fogos florestais. "Hoje j� não se coaduna que os pastores tenham que andar diariamente v�rios quil�metros em busca de pastos, quer fa�a sol, vento, quer chova ou neve", afirmou o presidente da C�mara de Sabrosa, Jos� Marques. O autarca diz que, � semelhan�a do que no aconteceu um pouco por toda a regi�o transmontano, no seu concelho registou-se uma grande diminui��o do n�mero de pastores, que estáo Também cada vez mais envelhecidos. Segundo referiu, na d�cada de 80 havia "imensos" rebanhos com mais de 200 cabe�as de gado na zona Norte do concelho. Actualmente existem apenas cerca de 20 pastores ou produtores no concelho e não h� nenhum rebanho com mais de 200 animais. "H� uma diminui��o significativa e Também um envelhecimento acentuado dos pastores, pelo que lhes � dif�cil manterem essa pr�tica ancestral de andarem v�rios quil�metros � procura de pastos", salientou. Por isso mesmo, a UTAD está a desenvolver um sistema que, de modo autom�tico, vai permitir a gestáo do pastoreio recorrendo � utiliza��o de redes de sensores sem fios. Ou seja, a área piloto escolhida na freguesia de Pa�os, Sabrosa, vai ser delimitada em "tr�s ou quatro" zonas de pastoreio e, em cada uma delas, vai ser implementado um sistema que vai permitir observar em "tempo real" todo o processo. Jos� Marques explicou que se trata de um "projecto de gestáo integrada desde o pasto, crescimento vegetal, até ao desenvolvimento animal", que será "monitorizado recorrendo a um suporte tecnol�gico". "Vamos aplicar modelos de propaga��o que permitem, numa primeira fase, a detecção de vegeta��o e material combust�vel existente nessa área. Numa segunda fase, poder-se-� acompanhar o comportamento do rebanho, determinando a altura ideal para abate, para aproveitamento de leite ou de l�", explicou o investigador Carlos Ser�dio, do departamento de Engenharias da UTAD. Para a "gestáo vertical" do processo está a ser estudada a aplica��o do OSS (Operating Support Systems), que fornece toda a informação em tempo real e vai permitir a comunica��o entre a rede de sensores e um sistema central, que poder� ficar instalado na UTAD, na c�mara ou até mesmo na casa do pastor. Cada um dos intervenientes no processo terá uma função diferente. Por exemplo, � UTAD caber� acompanhar a parte tecnol�gica, determinar como estáo a funcionar os sensores, se algum foi destru�do e proceder � sua substitui��o imediata, para evitar o extravio de animais. Ao pastor caber� mudar o rebanho de uma área de pastoreio para outra, podendo, no entanto, Também vir a serem colocadas sebes electr�nicas, que poder�o abrir automaticamente para permitir a passagem dos animais de uma zona para a outra. Quando se verificar a necessidade de desloca��o do rebanho de uma área para outra, o pastor poder� ser avisado através de uma mensagem de telem�vel. Nas áreas determinadas poder� ser criada uma zona de passagem, onde poder� ser instalada uma balan�a que vai aferindo o peso dos animais, e, Também através de uma mensagem de telem�vel, a equipa de Zootecnia poder� ser avisado que determinado n�mero de animais está pronto para abate. "Inclusive poder� Também ficar determinada a entidade que far� esse abate, que será automaticamente avisada para o efeito", salientou Carlos Ser�dio. O respons�vel referiu que uma das preocupa��es da aplica��o da tecnologia neste tipo de ambientes � garantir que os sensores ficam "invis�veis", ou seja eles v�o ser enterrados no solo. "Vamos aliar a tradi��o com as novas tecnologias. O conhecimento do pastor � sempre importante para ajudar a montar toda esta estrutura e, se a tecnologia falhar, o pastor pode substitu�-la", referiu Jorge Azevedo. Jos� Marques referiu que, depois de desenvolvido o modelo e a tecnologia a utilizar, o próximo passo � ir para o terreno, o que poder� acontecer dentro de mais ou menos dois meses. E porque a participa��o dos pastores no projecto � um dos "aspectos fundamentais", a c�mara de Sabrosa vai fazer uma apresentação pública dentro de algumas semanas. "J� está definida a área piloto, na freguesia de Pa�os, e identificados os produtores que poder�o participar no projecto, faltando agora trabalhar a questáo da sensibiliza��o dos pastores", frisou o autarca Jos� Marques. O projecto de pastoreio virtual vai ser objecto de uma candidatura ao Quadro de Refer�ncia Estratégico Nacional (QREN). Dependendo dos resultados da fase piloto, o autarca considera que o projecto poder� ser estendido aos concelhos lim�trofes de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Alij� ou Mur�a. Para além do incremento econ�mico da actividade e da criação de melhores e mais f�ceis condi��es de trabalho para os pastores, Jos� Marques considera que o projecto poder� atrair os jovens. "Queremos implementar esta actividade econ�mica no concelho. Ter carne de excelente qualidade e criar uma din�mica para optimizar e potenciar as condi��es para a produ��o deste tipo de tipo de ruminantes, ovelhas ou cabras, e a sua comercializa��o", salientou. Por sua vez, Jorge Azevedo destaca o papel do projecto na diminui��o dos inc�ndios florestais e na intensidade dos mesmos. "Com a intensifica��o do pastoreio reduz-se a quantidade de material combust�vel. Ou seja, na fase inicial do projecto, será aplicada a t�cnica de fogo controlado nas áreas determinadas para a renova��o das pastagens", acrescentou o investigador. � produ��o de carne e leite, junta-se a diminui��o dos inc�ndios, o que, para Jorge Azevedo, representa uma "mais valia consider�vel". O investigador identifica como uma das causas respons�veis pelo aumento dos inc�ndios, precisamente a diminui��o do n�mero de pastores e de animais. A equipa universit�ria envolvida no projecto integra, para além de Jorge Azevedo e Carlos Ser�dio, Pedro Mestre, Miguel Rodrigues e Lu�s Ferreira e Severiano Silva. O departamento de Zootecnia da UTAD tem promovido nos �ltimos anos v�rios trabalhos de investiga��o ligados aos pequenos ruminantes, desde a reprodu��o, melhoramento gen�tico, alimenta��o ou fisiologia animal, e Também na produ��o de carne. Jorge Azevedo � Também um admirador e defensor do pastor. O professor refere que nas ac��es de forma��o aos que a universidade tem promovido, faz questáo que os seus alunos estejam presentes na sala. "Ainda temos muito a aprender com os pastores. são indiv�duos muito cultos e uma capacidade de mem�ria not�vel que lhes permite identificar cada animal do seu rebanho", frisou. Para este respons�vel, a �nica "rudeza que o pode caracterizar resulta de uma maior ou menos isolamento em que os pastores vivem". "Os pastores possuem um manancial de sabedoria que normalmente desprezamos", concluiu.
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