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– 28-05-2004 |
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Incêndios : Viseu prepara-se para um Verão que se prevê críticoViseu, 27 Mai O coordenador distrital do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), João Marques, disse hoje à Agência Lusa que "todo o distrito é preocupante, devido à imensa mancha florestal existente", havendo "pontos onde caso se inicie um fogo será muito complicado combatê-lo, porque o ordenamento de matas e floresta não foi tido em conta nos últimos anos". "Estamos a fazer a preparação com muita antecedência, mas a verdade é que há três forças da natureza – a da água, a do vento e a do fogo – que por mais garra e equipamentos que tenham os bombeiros são difíceis de combater", frisou. A partir de 01 de Julho, e comparativamente ao ano passado, o distrito de Viseu contará com mais dez Grupos de Primeira Intervenção e outros tantos Grupos de Apoio, o que significará um acréscimo de cerca de 20 viaturas no terreno. No que respeita aos meios aéreos, vão manter-se estacionados em Viseu dois aviões e o distrito passará a contar com dois helicópteros bombardeiros pesados que, na opinião de João Marques, são mais eficazes do que os helicópteros ligeiros no combate aos incêndios de grandes proporções. "No entanto, como Viseu é uma zona considerada de alto risco de incêndio, o serviço garantiu-nos que, sempre que seja necessário, será deslocado para o distrito um helicóptero ligeiro", contou. Estão também já planeados três grupos de reforço no distrito, denominados Alfa, Beta e Charlie, que terão "sete ou oito viaturas" e um comandante definido, o que permitirá reduzir o tempo de chegada ao local do incêndio. "A qualquer momento, se tivermos uma situação complicada, são accionados e saem em conjunto. Antes era necessário andar a telefonar, a reunir as pessoas do grupo, chamava-se um daqui e outro de além, era quem estava disponível, e depois nem se sabia quem é que comandava", contou. O responsável do SNBPC mostrou-se também satisfeito com a aceitação que o "Projecto Guia", apresentado em meados de Abril, está a ter junto das Câmaras Municipais do distrito, tendo mais de metade já mostrado interesse em participar. O projecto, inédito em Portugal, pretende que existam em todo o distrito equipas de pessoas que, voluntariamente, orientem os bombeiros em caso de incêndios nas suas freguesias. "No concelho de Viseu os presidentes de junta estão empenhadíssimos. Até sugeriram que, nas freguesias mais críticas – Calde, Couto e Cavernães – fossem feitas acções de sensibilização", referiu. João Marques considera também uma mais-valia o facto de os Centros Distritais de Operações de Socorro passarem a trabalhar em conjunto com a Direcção-Geral de Florestas, o que permitirá fazer leituras imediatas de como um fogo pode evoluir. Várias autarquias do distrito estão também a tomar medidas para que o flagelo não atinja as suas florestas e matas. Em Mortágua, concelho cujo território está coberto em 85 por cento por mancha florestal, a Câmara reforçou várias medidas que lhe permitiram que "já há 13 ou 14 anos se faça um balanço positivo da época de incêndios", disse à Lusa o presidente da autarquia, Afonso Abrantes. Durante todo o ano a aposta foi na prevenção, com limpeza e preparação de caminhos para acesso rápido e fácil dos bombeiros, e também feitas intervenções nos pontos de água, que são já mais de 60. Segundo o autarca socialista, estão já preparadas duas equipas que irão circular em viaturas todo-o-terreno com o objectivo de detectarem incêndios e outra de "primeiro ataque". Os sapadores florestais terão no terreno duas equipas. Está também a ser feita "uma acção de sensibilização que tem a ver com os meios das associações locais, que têm carrinhas equipadas com kits que lhes permitem chegar mais rápido que os bombeiros aos incêndios". "Como também é preciso manter a moral dos homens, à semelhança do ano passado vou transferir dez mil contos [50 mil euros] para os bombeiros", avançou. Segundo Afonso Abrantes, "a grande ciência" do sucesso que Mortágua tem tido, apesar da grande quantidade de material combustível, é "manter a população interessada e mobilizada, para que quando a sirene toca o fogo já esteja apagado". Já em Oliveira de Frades, que pelas contas do vereador responsável pela protecção civil municipal, Abílio Silva, terá 60 a 65 por cento do território coberto de mato e floresta, uma das apostas é abrir caminhos para as linhas de água existentes. Abílio Silva explicou à Lusa que na região Dão-Lafões, onde se insere o concelho, "a vegetação tem um crescimento anormal", uma situação agravada pelo facto de o grande abandono do trabalho agrícola ter levado a que os terrenos fossem tomados pela floresta. "Temos tido uma grande preocupação em criar acessos para as linhas de água existentes, nomeadamente ao longo do Rio Vouga, do Rio Teixeira e do Rio Alfusqueiro, para que os helicópteros e as viaturas possam facilmente abastecer-se", explicou. Foram também criados pontos de água nas zonas mais críticas, de que é exemplo a Serra do Ladário, e "uma série de acessos ao longo da serra, de modo a espartilhá-la, porque é uma zona de bastante inclinação onde o combate é muito difícil", acrescentou. No entanto, Abílio Silva alertou para um "fenómeno" que se tem registado no seu concelho que não é tido em conta quando são feitas as cartas de risco de incêndio: "a identificação de zonas onde há pessoas que são potenciais incendiários". "Temos tido no concelho situações que nos fazem pensar. Há duas freguesias contíguas onde no ano passado se registou uma centena de incêndios, ou seja, a maior parte dos que houve no concelho, porque suspeitamos que existam ai incendiários que trabalham em grupo", lamentou. A solução é "aproximar desses locais os meios, que ficam quase à espera que seja feito lume para apagar os fogos", contou. De acordo com uma cartografia encomendada pelo Governo Civil de Viseu ao Instituto Geográfico Português, divulgada há uma semana, 58 por cento da área do distrito tem um risco de incêndio elevado ou muito elevado.
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