para proporcionar ao público uma experiência inédita de enoturismo urbano, revelando como a viticultura é ensinada e o vinho é produzido em pleno coração de Lisboa.
A iniciativa integra o programa da primeira grande festa dedicada ao enoturismo urbano, promovida pela ERT Lisboa e produzida pela APENO, e constitui uma oportunidade rara de contacto direto com o património agrícola e enológico da cidade.
O programa inclui visitas guiadas à vinha e à adega do ISA, com prova do vinho ali produzido, conduzidas por especialistas e alunos de mestrado do ISA. As visitas realizam-se das 11h00 às 12h30, das 14h00 às 15h30 e das 16h00 às 17h30, com passagem pelas vinhas e pela adega. Cada sessão está limitada a um máximo de 25 participantes, tem um custo de 30€, sendo necessária inscrição prévia através do site APENO: https://enoturismodeportugal.pt/lisbon-urban-wine-tourism/
Para o professor e investigador desta área no ISA, Jorge Ricardo da Silva, esta iniciativa «reforça a ligação entre a cidade e a sua história agrícola, permitindo ao público compreender o valor científico e pedagógico destas vinhas únicas. E, ao meso tempo, promove a transferência de conhecimento e valoriza a investigação que aqui se realiza». Já o professor Manuel Malfeito, também do ISA e especialista em Microbiologia dos Vinhos, «a importância de abrir a instituição à comunidade e de mostrar o trabalho que aqui se desenvolve na área da viticultura e da enologia é óbvia, pois é uma forma de envolver estudantes, profissionais e público geral num diálogo contínuo com a academia».
As visitas prometem uma experiência simultaneamente educativa e sensorial, dando ao público a oportunidade de explorar o enoturismo urbano, conhecer vinhas únicas da região de Lisboa e participar numa prova do vinho produzido em plena cidade.
Para mais informações: apeno@enoturismodeportugal.pt
Sobre as vinhas do ISA:
As vinhas do Instituto Superior de Agronomia (ISA), situadas na Tapada da Ajuda, em Lisboa, têm uma história ligada à própria evolução do ensino agrícola em Portugal. A origem do ISA remonta a 1852, quando foi criado o Instituto Agrícola e Escola Regional de Lisboa, no âmbito de um esforço nacional de modernização agrícola promovido durante o reinado de D. Maria II. Ao longo das décadas seguintes, a instituição foi sendo reformulada até que, em 1910, surgiu oficialmente o Instituto Superior de Agronomia, já separado da componente veterinária. Nessa altura, a Tapada da Ajuda – um espaço de cerca de 100 hectares, rico em património natural e agrícola – foi atribuída ao ISA, tornando-se o grande laboratório vivo da instituição.
Com cerca de 2,6 hectares, as vinhas do ISA ocupam uma área equivalente a três campos de futebol e têm uma tripla função que a torna única em Lisboa: pedagógica, científica/ experimental e de produção. As castas tintas foram plantadas em 1997 e as brancas em 2006, integrando variedades emblemáticas como Touriga Nacional e Trincadeira nas tintas, e Arinto, Encruzado, Viosinho, Moscatel Galego e até Alvarinho nas brancas. Todas as videiras são enxertadas em porta-enxertos americanos, uma prática universal após a devastação provocada pela filoxera no século XIX, garantindo resistência e boa adaptação ao solo e clima da Tapada.
Os sistemas de condução das videiras variam entre soluções clássicas como o monoplano vertical ascendente (MVA) e modelos desenvolvidos no próprio ISA, como o sistema multiplano Lys. As brancas seguem maioritariamente um sistema MVA .
Para além das vinhas, o ISA conta com uma Adega Experimental onde são realizadas microvinificações e ensaios em pequena escala. Estas instalações permitem que alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento tenham contacto direto com todas as fases da produção de vinho, desde a viticultura à enologia, sendo também um espaço importante para investigação, análises químicas, provas sensoriais e dissertações académicas.
A vindima no ISA é um momento simbólico e participativo, envolvendo estudantes, técnicos e investigadores, e que nalguns anos chegou a ser aberto ao público, proporcionando a experiência única de vindimar no coração de Lisboa. Os vinhos produzidos a partir destas uvas têm fins pedagógicos e científicos, representando um valioso instrumento de aprendizagem e um exemplo raro de produção vitivinícola em ambiente urbano.
As vinhas do ISA constituem assim um património académico e agrícola de grande relevância e são também um símbolo vivo da relação entre a cidade e a agricultura, preservando uma tradição que remonta às origens do ensino agronómico em Portugal.
Fonte: ISA












































