A AJAP, em conjunto com entidades, técnicos e agricultores de várias regiões, mobilizou-se no terreno para identificar necessidades urgentes de pessoas e animais afetados pelos incêndios deste verão de 2025, sobretudo no Centro e no Norte, articulando apoios com outras organizações agrícolas, colegas do Sul e cidadãos de todo o país para atenuar os impactos da calamidade.
De acordo com o comunicado de imprensa, os prejuízos “foram muitos e avultados”, tendo atingido animais, culturas anuais, pomares, soutos de castanheiros, outras plantações permanentes, máquinas, equipamentos, infraestruturas de apoio à atividade agrícola, além de empresas ligadas ao turismo rural e a outros setores.
Entre as entidades ligadas à AJAP destaca-se a Copsel – Cooperativa Agrícola do Concelho de Sousel, como doadora, e a Biocôa – Associação de Agricultores Biológicos do Vale do Côa, que recebeu e distribuiu a ajuda. A nota de imprensa avança que ambas atuaram de forma gratuita em várias freguesias de Pinhel, assegurando a entrega de rações e feno para os animais.
A AJAP aplaudiu o pacote de medida anunciado na reunião de Conselho de Ministros em Viseu, no passado dia 21 de agosto, mas criticou não ter existido “uma palavra às organizações de agricultores nacionais, sempre disponíveis para colaborar, num momento destes em que todos temos de ser céleres, na entrega de bens, sejam donativos ou oficiais do Estado Português”.
A Associação enaltece ainda tem recebido numerosos relatos de agricultores das regiões Centro e Norte que enfrentam dificuldades no acesso aos apoios, sobretudo no preenchimento dos formulários de reporte de prejuízos disponibilizados pela CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
De acordo com a nota de imprensa, na semana passada, os formulários ainda não estavam disponíveis, o que gerou vários constrangimentos para os lesados, obrigando muitos a deslocar-se às câmaras municipais para avançar com o processo e outros a recorrer ao apoio de técnicos das organizações, incluindo a AJAP e as suas entidades.
Segundo a AJAP, “esta cadeia de burocracia é incomportável e não facilita, em nada, o apoio premente que se exige aos agricultores”. A Associação sublinhou ainda a necessidade de uma coordenação mais eficaz no terreno, envolvendo autarquias, CCDR e, em particular, as organizações de agricultores, “praticamente esquecidas”, para garantir apoio integral aos produtores num momento em que muitos perderam o sustento e grande parte dos seus bens.
Na sequência dos incêndios, também a Associação de Agricultores do Sul (ACOS) lançou, no passado dia 20 de agosto, uma campanha de solidariedade em apoio aos agricultores das zonas afetadas.
A iniciativa, com contributos dos associados, centra-se na recolha de palha e feno, que são depois transportados para organizações agrícolas locais com o apoio da CAP e de vários municípios.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.