Mais de 40 toneladas de forragens para animais vão ser disponibilizadas aos agricultores de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, afetados pelo incêndio ocorrido na semana passada naquele concelho, foi hoje revelado.
Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, explicou que o município adquiriu 25 toneladas de feno de aveia, tendo a Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP) contribuído, numa primeira fase, com oito toneladas de palha e outras tantas de feno.
Já esta sexta-feira, a ajuda começa a ser distribuída e há “oito agricultores inscritos para a receber nesta primeira fase”, lê-se na nota.
Contactada pela Lusa, a presidente da AADP, Fermelinda Carvalho, explicou que aquela entidade continua preparada para ajudar, através de uma campanha junto dos agricultores associados para angariação de alimentos, assim que o município indique as carências detetadas no terreno.
Apesar de os serviços municipais de Castelo de Vide ainda estarem a recolher dados sobre os danos registados pelo incêndio, já foram identificadas situações prioritárias que estão a ser atendidas, segundo a autarquia.
O alerta para o incêndio foi dado no dia 14 deste mês, pelas 14:01, tendo o foco deflagrado no concelho de Portalegre e prosseguido para o concelho vizinho de Castelo de Vide, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A área ardida ronda os 1.300 hectares e as chamas afetaram algumas casas de segunda habitação e devolutas, disse à Lusa na altura o presidente da Câmara de Castelo de Vide.
“No conjunto dos concelhos de Portalegre e Castelo de Vide, estamos a falar de uma área ardida na ordem dos 1.300 hectares”, estimou.
De acordo com o autarca, a área consumida pelo sinistro é quase toda “dentro do Parque Natural da Serra de São Mamede”, o que também implica “uma perda grande em termos de biodiversidade”.
A Câmara de Castelo de Vide disse então ter começado a efetuar o levantamento dos danos, q prevendo que ficasse concluído dentro de “alguns dias”.
“Há casas devolutas e casas de segunda habitação que foram afetadas”, indicou, acrescentando que o mesmo aconteceu com “infraestruturas da EDP, de comunicações, da própria linha de caminhos-de-ferro, como um troço do antigo ramal de Cáceres, cercas, vedações e prejuízos na parte florestal.