O município de Torre de Moncorvo iniciou hoje distribuição de alimentos para animais nas freguesias mais fustigadas pelo incêndio que na sexta-feira deflagrou no Douro internacional e que neste concelho consumiu cerca de 5.500 hectares de terreno.
“Começámos a distribuir, nesta primeira fase, 20.800 quilos de aveia e trigo pelos produtores de gado das áreas afetadas pelo incêndio e que atingiu as freguesias de Carviçais e Mós, aqui no nosso concelho, onde mais de 80% do território destas aldeias ardeu”, disse à Lusa o presidente da câmara, José Meneses.
“Uma vez que a área ardida nestas freguesias é bastante significativa, e os animais ficaram sem pastagens, o município de Torre de Moncorvo entendeu ser urgente o apoio aos produtores de gado, garantindo alimento e apoio imediato nesta fase crítica, pós incêndio”, indicou o autarca social-democrata do distrito de Bragança.
Segundo José Meneses, as equipas do Radar Social e do Gabinete Florestal ainda se encontram no terreno a fazer levantamentos, mas não está excluída a hipótese de continuar a fornecer alimento aos agricultores para alimentarem o gado até às primeiras chuvas de outono e quando houver pastagem.
Segundo o autarca, foi mais de uma dúzia de produtores pecuários nestas aldeias que ficaram sem alimento para os seus animais.
“Os terrenos para a pastorícia arderam todos e os animais têm de ser alimentados, deixando uma certa impotência nos agricultores que vivem na freguesia de Carviçais e aldeias vizinhas”, vincou.
Segundo dados preliminares da GNR, o incêndio que deflagrou na freguesia de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), destruiu cerca de 13 mil hectares de terrenos a sua maioria em área protegida, levando à sua frente culturas como a vinha, olival, amendoal, laranjal, floresta, entre outras de subsidência.
Este fogo teve o seu início ao início da tarde da passada e alastrou a três concelhos do distrito de Bragança: Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Mogadouro.
O vento forte e fraca visibilidade impediram a atuação de meios aéreos num fogo que foi combatido por cerca de 400 operacionais e mais de 130 viaturas que foram apoiadas por oito máquinas de rastos.