
Cerimónia decorreu ontem nas instalações do BioPolis CIBIO, em Vila do Conde, e premiou os melhores trabalhos universitários sobre o uso inovador das Novas Técnicas Genómicas na agricultura.
Teve lugar ontem, nas novas instalações do BioPolis CIBIO, em Vila do Conde, a cerimónia de apresentação dos trabalhos vencedores e de entrega dos respetivos prémios do Concurso Novas Técnicas Genómicas, promovido pelo CiB – Centro de Informação de Biotecnologia. A iniciativa, dirigida a estudantes universitários das áreas de biologia, bioquímica e afins, visa incentivar o conhecimento, a reflexão crítica e a comunicação científica sobre tecnologias emergentes na área agroalimentar.
A cerimónia iniciou-se com as boas-vindas por parte do Presidente da Direção do CiB, Jorge Canhoto, a que se seguiu a palestra “Técnicas genómicas em perspetiva para um futuro geneticamente funcional”, proferida por Pedro Humberto Castro, investigador no BioPolis CIBIO.
O Primeiro Prémio foi atribuído ao trabalho intitulado “Plantas editadas através de Novas Técnicas Genómicas”, elaborado pelo grupo constituído por André Nabais, Carolina Santos, Matilde Reis e Afonso Parra (ausente na cerimónia). Já a Menção Honrosa foi atribuída ao grupo composto por Hugo Vieira, Maria Mateus, Marisa Martins e Sandra Moreira (também ausentes), com o trabalho “Organismos Geneticamente Modificados e legislação na União Europeia: Desmistificando as plantas obtidas por novas Técnicas Genómicas”.
Como parte do prémio, o grupo vencedor terá a oportunidade de visitar o centro de Investigação & Desenvolvimento da Corteva, em Sevilha, em data a determinar — uma experiência que poderá alargar horizontes profissionais e proporcionar contacto direto com aplicações práticas destas tecnologias no setor agrícola.
Nos últimos anos, as NTG têm sido alvo de debate na Europa, particularmente quanto à sua aplicação na produção vegetal. Em abril de 2021, a Comissão Europeia publicou um estudo sobre estas tecnologias, concluindo que o enquadramento jurídico atual é insuficiente para explorar plenamente os seus benefícios. O documento sublinha ainda que os produtos resultantes de NTG podem contribuir para sistemas agroalimentares mais sustentáveis, em linha com os objetivos do Acordo Verde Europeu e da Estratégia do Prado ao Prato.
Por sua vez, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) reconheceu que as variedades vegetais desenvolvidas por NTG apresentam essencialmente o mesmo perfil de risco que aquelas obtidas por melhoramento convencional.
No plano legislativo, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de regulamentação para as NTG que distingue mutagénese dirigida e cisgénese dos processos de transgénese, propondo que sejam reguladas de forma distinta no contexto dos Organismos GeneticamenteModificados (OGM). Esta proposta foi aprovada pelos Estados-Membros a 14 de março deste ano, abrindo caminho para negociações com o Parlamento Europeu com vista à definição de um regulamento final.
Neste contexto dinâmico e de mudança regulatória, o CiB lançou, pelo segundo ano consecutivo, este concurso nacional com o objetivo de estimular uma divulgação científica rigorosa sobre as vantagens do uso das Novas Técnicas Genómicas, destacando em particular a mutagénese dirigida e a cisgénese como ferramentas promissoras para a agricultura do futuro.ndo em particular a mutagénese dirigida e a cisgénese como ferramentas promissoras para a agricultura do futuro.


O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.