A Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), em colaboração com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), lançou este mês uma campanha de sensibilização crucial para combater o fogo bacteriano, uma doença devastadora que ameaça a fruticultura na região. O objetivo é alertar para os riscos da praga Erwinia amylovora e promover a sua deteção precoce, protegendo assim a economia e a identidade agrícola do Oeste.

Entenda o fogo bacteriano: a ameaça invisível
O fogo bacteriano é uma praga de quarentena na União Europeia, conhecida pelo seu elevado potencial destrutivo. Afetando principalmente pereiras, macieiras, marmeleiros e algumas plantas ornamentais da família das rosáceas, a doença pode levar a perdas económicas substanciais e até mesmo à destruição total de pomares.
Os sintomas característicos da infeção incluem:
- Flores e frutos jovens: murcham e secam, ficando escurecidos, mas permanecem presos à planta.
- Frutos desenvolvidos: desidratam e podem apresentar um exsudado bacteriano.
- Folhas: desenvolvem manchas castanhas a negras nas margens e na nervura central.
- Ramos e rebentos jovens: secam e encurvam-se, formando uma aparência de “cajado de pastor”.
- Troncos: podem desenvolver cancros em depressão com fendas na casca.
Estes sinais conferem às árvores uma aparência de queimado, daí o nome “fogo bacteriano”.
Objetivos da campanha: proteger a produção frutícola
A campanha da OesteCIM e DGAV tem como metas principais:
- Informar a população e os agentes do setor agrícola sobre os sintomas da doença.
- Promover a deteção precoce e o reporte imediato de casos suspeitos.
- Conter a disseminação da bactéria para proteger a produção frutícola da região.
Esta ação de sensibilização insere-se no âmbito do Contrato Interadministrativo celebrado entre a OesteCIM e a DGAV, que tem como objeto a cooperação em tarefas de proteção fitossanitária, com especial foco no combate à bactéria Erwinia amylovora, agente causal do fogo bacteriano.
Como referido no próprio preâmbulo do contrato, a crescente ameaça fitossanitária exige formas colaborativas de atuação que ampliem a eficácia das intervenções oficiais, onde a sensibilização da população assume um papel determinante.
O dever de informar: a sua ajuda é fundamental
A colaboração de todos é essencial. Qualquer cidadão que detete ou suspeite da presença do fogo bacteriano em fruteiras ou plantas ornamentais da família das rosáceas deve comunicar imediatamente a situação.
Os canais para reporte incluem os Serviços Regionais de Inspeção Fitossanitária, as organizações de produtores ou as respetivas juntas de freguesia. Estes organismos garantem o reporte às autoridades competentes para uma intervenção rápida.
Ampla divulgação para máxima consciencialização
Durante os meses de julho e agosto, a campanha estará visível e acessível através de múltiplos canais para garantir que a mensagem chegue ao maior número possível de pessoas:
- Notícias no site institucional da OesteCIM.
- Imagens de sensibilização em mupis nos 12 municípios do Oeste.
- Flyer informativo com explicações práticas sobre a doença, como identificar os sintomas, o que fazer em caso de suspeita, e a quem reportar com os respetivos contactos.
- Anúncios na imprensa regional, visando alcançar produtores e a população em geral.
- Publicações nas redes sociais – Facebook, Instagram e LinkedIn.
A vigilância e o conhecimento são fundamentais para travar o avanço do fogo bacteriano. Esta campanha é um esforço conjunto para proteger um setor essencial para a economia e identidade da nossa região.
A Comunidade Intermunicipal e a DGAV apelam a todos os cidadãos e agentes agrícolas para estarem atentos aos sinais da doença e colaborarem ativamente na sua deteção e controlo, garantindo a saúde dos pomares do Oeste.
Para mais informação consulte o Folheto Fogo Bacteriano (Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al)
O artigo foi publicado originalmente em DGAV.