Luís Dias está frente ao palácio de Belém e diz que já foi hospitalizado duas vezes. Ministério da Agricultura reconhece que tem direito a apoios, mas afirma que o agricultor “apresentou uma factura sem que os trabalhos nela descritos tivessem, de facto, sido realizados”.
Luís Dias entrou nesta quarta-feira no 24.º dia de greve da fome que cumpre à frente ao Palácio de Belém. Este agricultor luta por apoios do Estado depois de, em 2017, ter tido a sua quinta de exploração de amoras arrasada pelo mau tempo.
Já escreveu cartas a várias entidades, nomeadamente aos diversos grupos parlamentares, em que acusa o Ministério da Agricultura de “sabotagem burocrática”. Nas missivas diz ainda já ter sido hospitalizado várias vezes e acrescenta que “perdeu tudo” o que tinha.
“Começa a ser muito complicado. Já fui três vezes ao hospital. É assustador, até porque tenho consciência de que daqui para a frente posso sofrer danos irreversíveis nos órgãos, mesmo que o governo recue e decida fazer aquilo que devia ter feito há anos, pode ser já demasiado tarde”, disse à Renascença.
Apesar da água que bebe e das vitaminas que toma (cálcio, magnésio e fósforo), o agricultor em protesto já sente o peso dos dias. “Cada dia pesa mais. Uma pessoa nem sabe bem o que pensar disto tudo, não era suposto isto acontecer”, acrescentou à mesma rádio.
Na sua conta na rede social Twitter, Luís Dias vai acumulando apoios e contando as peripécias. “Bem, entre as experiências únicas da minha vida, posso acrescentar estar a dormitar na relva e acordar com o Presidente da República à minha beira. Já recebi afectos, foram rápidos mas calorosos e sorridentes”, escreveu a 25 de Maio.
Bem, entre as experiências únicas da minha vida posso acrescentar estar a dormitar na relva e acordar com o Presidente da República às minha beira. Já recebi afectos, foram rápidos mas calorosos e sorridentes 🤗
— Luis Dias (@LuisFDias72) May 25, 2021