Num momento em que se aproxima uma época de promoção do consumo por impulso, a ZERO vem alertar para os excessos que levam ao desperdício e ao fomento do descartável e que estão na base de uma economia assente no crescimento ilimitado da utilização de recursos naturais que não existirão num futuro próximo.
Por forma a chamar a atenção para a necessidade de se repensar o modelo de produção e consumo, dado o impacto que este está a ter na capacidade do Planeta para nos proporcionar qualidade de vida, a ZERO, de forma simbólica, sugere aos cidadãos que resistam à tentação do consumismo induzido pela necessidade de “ter coisas” e, em alternativa, plantem árvores e arbustos.
Neste contexto e em antecipação ao Dia da Floresta Autóctone (que se assinala a 23 de novembro), lançou uma página (https://zero.ong/green-friday/) onde, de forma simples e rápida, poderão contribuir para ajudar a restaurar dois habitats naturais de conservação prioritária – o zimbral dunar e o faial-medronhal – através da plantação de árvores e arbustos autóctones numa área da Mata Nacional de Leiria afetada pelos incêndios de 2017.
Para além das espécies bioindicadoras dos habitats – o zimbro (Juniperus turbinata) e o samouco (Myrica faya) e o medronheiro (Arbutus unedo), respetivamente – serão plantadas diversas plantas companheiras, como a aroeira (Pistacia lentiscus), o sanguinho (Rhamnus alaternus), o folhado (Viburnum tinus) e o aderno-de-folhas-estreitas (Phillyrea angustifolia).
A campanha, que começa agora, prolonga-se no período das festas e terminará no dia 6 de janeiro de 2024.
Início de um compromisso de mudança de estilo de vida?
Ainda assim, só plantar árvores não é suficiente, pelo que, para a ZERO, todos podem e devem fazer a sua parte, adotando medidas simples e proativas para minimizar os impactos da crise climática. Dado que tudo o que compramos e usamos tem sempre impacto ambiental (desde a produção ao fim de vida), partilhamos algumas sugestões para ajudar os cidadãos a resistir ao apelo da insustentabilidade e a iniciarem uma mudança de estilo de vida:
- Pensar muito bem antes de fazer qualquer compra e resistir às promoções. Um produto não se torna necessário porque está em promoção, por muito tentadora que esta seja. Refletir muito bem de forma consciente e responsável é o primeiro passo.
- Se tem mesmo de comprar alguma coisa, deve preferir a aquisição em segunda mão. Existem cada vez mais alternativas para comprar produtos em segunda mão e algumas plataformas de venda de produtos em segunda mão também estão a fazer campanhas de desconto, com o intuito de aumentar a atratividade deste novo estilo de vida.
- Se tem mesmo de adquirir novo, então procure produtos que tenham certificações – por exemplo o rótulo ecológico europeu – que lhe garantam que foram produzidos procurando reduzir os impactos em diferentes dimensões da sustentabilidade.
- Adquirir produtos locais, menos complexos (que não misturem diferentes materiais) e que sejam duráveis e reutilizáveis, são também bons conselhos.
- Adquirir e oferecer experiências em alternativa a “coisas” (caso esteja a pensar usar a black friday para comprar prendas): a visita a um museu, bilhetes para o teatro, uma experiência na natureza, o apoio a uma causa. Existem múltiplas possibilidades.
- Optar por reparar os seus equipamentos elétricos e eletrónicos e procurar usá-los durante mais tempo; por exemplo, por apenas um ano de utilização extra do seu smartphone irá reduzir, em média, 50% do impacto da produção, compra e descarte do telemóvel.
- Entrar na plataforma ECOntigo (https://econtigo.pt/), onde as pessoas conseguem encontrar informação simples, organizada, sobre diferentes temáticas da sustentabilidade num sítio só, ajudando as pessoas a alterar os seus hábitos de consumo e estilos de vida para uma forma mais consciente e sustentável e dando a conhecer iniciativas e projetos que promovem um desenvolvimento sustentável.
Fonte: ZERO