As vindimas já começaram de norte a sul do país devido às alterações climáticas. Mesmo assim, os viticultores contactados pelo ECO antecipam um bom ano produtivo e mais faturação.
De norte a sul do país as vindimas começam cada vez mais cedo devido às condições climáticas e à “excelente maturação das uvas“. Mesmo assim, os vários viticultores, com os quais o ECO falou, antecipam um bom ano ao nível de produção de vinho de qualidade e uma subida da faturação, quando comparado com o ano de seca de 2022. Mas continuam a queixar-se do custo das matérias-primas, que prejudica a cadeia de produção do vinho, da falta de mão-de-obra e do poder de compra ao reboque da inflação.
Há regiões do país onde a azáfama da apanha da uva teve, este ano, um início atípico, em meados de julho, como aconteceu na Herdade do Rocim, entre Cuba e Vimieiro, onde trabalhadores, de tesouras e baldes na mão, começaram a colher os cachos de uvas. E bem mais cedo do que nos anos anteriores e do que em muitas quintas da região Vinhateira do Douro, onde a apanha da uva arrancou no início de agosto, mesmo assim mais cedo do que o habitual.
“Nos últimos anos, as vindimas têm ocorrido no início de agosto e este ano começámos a meio de julho por causa das temperaturas elevadas no arranque do ciclo vegetativo das plantas e que aceleraram vincadamente o início da colheita”, começa por contar Pedro Ribeiro, enólogo e administrador da Herdade do Rocim, ao ECO/Local Online.
A antecipação das vindimas é transversal a todo o país e os viticultores são unânimes em apontar o dedo às alterações climáticas e afirmar que nos últimos anos a apanha das uvas tem ocorrido cada vez mais cedo. “As práticas culturais, nos últimos 30 anos, nas vinhas do Alentejo e do resto do país, têm promovido uma maior concentração de açucares na uva em conjunto com as alterações climáticas. Este último fator teve uma influência dramática e evidente nesta antecipação de quase um mês“, quando setembro é o mês tradicional da vindima, descreve Pedro Ribeiro.
Mesmo assim, o administrador da Herdade do Rocim prevê uma produção de 820 mil litros de vinhos a partir de 1.200.000 quilogramas de uva nesta propriedade alentejana. “Sensivelmente o mesmo que em 2022”, refere o empresário que calcula “fechar o ano com um volume de negócios de 6,5 milhões de euros contra os seis milhões de 2022″.
Os últimos anos, as vindimas têm ocorrido no início de agosto e este ano começámos a meio de julho por causa das temperaturas elevadas no início do ciclo vegetativo das plantas e que aceleraram vincadamente o início da colheita.
Ainda na Vidigueira, na região alentejana, a vindima também começou mais cedo na Herdade do Moinho Branco, da Ribafreixo Wines. “As alterações climáticas fazem-se notar em todas as culturas e a do vinho não é exceção. Este ano começámos duas semanas mais cedo do que é normal; tivemos bastante sol, o que apressou a maturação dos bagos“, descreve o enólogo Nuno Bicó.
Antecipa-se, por isso, um ano de excelência ao nível da produção. “Iniciámos a colheita no ponto perfeito da uva e esperamos grandes vinhos. Um ano muito equilibrado, tanto ao nível da qualidade como da quantidade, com boas produções”, completa o enólogo da Herdade do Moinho Branco, adquirida este ano pelo Grupo Terras & Terroir.
Apesar de este […]