É preciso valorizar a carne de porco nacional, sublinhando o seu papel numa alimentação equilibrada, da diversidade de produtos que permite, a sua importância para a manutenção de marcas de identidade e a relevância das produções para as famílias, regiões e o país.
Por Pedro do Carmo, deputado, presidente da comissão parlamentar de agricultura e mar
Não haverá maior contradição nas perceções públicas em relação à capacidade produtiva nacional do que a divergência entre o preconceito em relação à fileira que produz a carne porco portuguesa e o enraizamento desta na gastronomia, nas tradições, na economia nacional, nas exportações e num aproveitamento integral destes produtos de origem animal. Uma realidade decisiva para a resiliência alimentar de muitas famílias, ao longo dos anos, em boa parte do território. Do porco, aproveita-se tudo, e há excelentes exemplos de valorização das raças autóctones, tendo tido o privilégio de ter participado na afirmação da fileira do porco alentejano em Ourique, que se assume como Capital desse produto de excelência do nosso Mundo Rural.
O mesmo sentido de distorção está presente na divergência entre perceção e de valorização do setor, demasiadas vezes negativas nas decisões dos poderes, nos media e nas opções dos consumidores, e o peso dos mais de 200 milhões de euros que a fileira da carne de porco representa para o PIB nacional […]