Numa entrevista à TSF, a coordenadora de um estudo sobre o uso da água revela o que pode ser feito para tornar mais eficiente o uso da água em casa e no campo.
A próxima décadas têm tudo para ser difícil no acesso à água. O diagnóstico é confirmado num relatório pedido pela Fundação Gulbenkian e que foi hoje discutido pelos autores numa sessão virtual.
Com base em inquéritos e entrevistas a consumidores e agricultores, fica claro que o preço da água ainda é desvalorizado pela maioria e que, especialmente, entre os consumidores domésticos há uma falta de cultura de eficiência no uso da água.
Filipa Dias, investigadora da Universidade Nova, e coordenadora do relatório elaborado pela empresa C-The Consumer Lab explicou, numa entrevista à TSF, que as pessoas precisam de pensar o uso da água como já pensam o uso da energia. Ou seja, da mesma forma que usam lâmpadas eficientes para pagar menos na conta mensal da luz, também devem diminuir o tempo que deixam água correr na torneira.
Consulte aqui, na íntegra, o estudo sobre o uso da água.
Além disso, é necessário alargar todas as formas de pedagogia que possam levar a uma alteração dos comportamentos. Em Portugal, 75% da água consumida é gasta na agricultura. Mas isso não significa desperdício, porque nota-se um esforço dos agricultores em adotarem métodos mais eficientes e um cada vez maior recurso à chamada Agri Tech.
Filipa Dias cita um dos agricultores que participou na elaboração do estudo que dizia que “mais caro que o preço da água é não a ter”.
E os dias sem água são cada vez mais prováveis por causa das alterações climáticas que estão a alterar o ciclo natural da água.
O artigo foi publicado originalmente em TSF.