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– 03-09-2007 |
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UE / Presid�ncia: Ministros do Ambiente dos 27 defendem em Lisboa Observatério Europeu da SecaA criação de um Observatério Europeu da Seca para melhorar as capacidades de a UE enfrentar o problema c�clico foi defendida, em Lisboa, pelos ministros do Ambiente dos 27. O apoio � medida consta das conclus�es da reuni�o informal de titulares europeus da pasta do Ambiente, que sexta-feira e s�bado decorreu em Lisboa, no ambito da presid�ncia portuguesa da UE, que se iniciou em Julho e termina no final do ano. No documento, divulgado ao princ�pio da noite de s�bado, os ministros do bloco europeu consideram "uma medida importante" a implementa��o do Observatério da Seca, que criar� condi��es para "aumentar o conhecimento e as capacidades" da UE para lidar com o fen�meno natural que afecta ciclicamente todos os Estados-membros, embora a n�veis distintos, e que tende a agravar-se, devido �s altera��es clim�ticas. "O Observatério dever� constituir uma plataforma para a recolha de dados e para actividades de investiga��o, e contribuir para uma larga troca de experi�ncias" (na UE) sobre preven��o e resposta a situa��es de seca, l�-se nas conclus�es da reuni�o. Os problemas das secas e da escassez de �gua na Europa foram os temas centrais que a presid�ncia portuguesa da UE agendou para o debate de s�bado do conselho informal Ambiente dos 27, que se iniciou sexta-feira com um jantar no Castelo de são Jorge, em Lisboa. Os ministros europeus advertiram, na reuni�o, ser de esperar que as altera��es clim�ticas agravem os dois fen�menos, que, embora sejam distintos, estáo relacionados, prevendo-se impactos na qualidade e na quantidade dos recursos h�dricos dispon�veis na Europa e regi�es vizinhas, nos próximos anos. Embora tenham reconhecido que as secas constituem "um problema � escala europeia" e não apenas de algumas regi�es ou de certos países comunitários, os titulares do Ambiente dos 27 remeteram para mais tarde uma eventual Lei europeia espec�fica para o fen�meno, que afecta mais os Estados do Sul da UE, como Portugal, Espanha ou Gr�cia. Em confer�ncia de imprensa no final do conselho informal, o ministro portugu�s do Ambiente, Francisco Nunes Correia, que presidiu aos trabalhos, disse que "não foi exclu�da" a ideia de a UE vir a adoptar uma Directiva (Lei europeia) espec�fica para atender a situa��es de seca na Europa. Por agora, segundo Nunes Correia, optou-se pela "prud�ncia", nomeadamente por uma avalia��o do efeito das medidas e mecanismos previstos na Directiva Quadro da �gua (DQA) na preven��o e atenua��o dos efeitos das secas no territ�rio da União. "não houve qualquer rejei��o", mas sim a op��o por "uma avalia��o pr�via" dos resultados da Directiva geral para a �gua, antes de se decidir "se haver� ou não uma Directiva espec�fica" que ajude a prevenir e a minorar os efeitos das secas, precisou o presidente em exerc�cio do Conselho de Ministros do Ambiente da UE. A adop��o de uma Directiva comunitária para a seca � defendida por Portugal, pois, segundo o ministro Nunes Correia, a Directiva Quadro da �gua (DQA) – em fase de implementa��o – � insuficiente para combater os problemas de seca na Europa. "Acho que a Directiva Quadro tem insufici�ncias em matéria de seca e pode haver necessidade de novas regras. Defendo que deve ser criada uma Directiva sobre esta matéria, que enquadre as estratégias preventivas", disse o ministro, em entrevista � Lusa, na v�spera da reuni�o de s�bado dos ministros do Ambiente dos 27. Na confer�ncia de imprensa de s�bado, Nunes Correia contou que no debate da reuni�o desta manh� ficou assente que a DQA "tem de ser levada até ao limite da sua potencialidade" e que � necess�rio prosseguir "a tarefa de prepara��o dos Planos de Gestáo de Bacias hidrogr�ficas. Mas o ministro portugu�s defendeu que os Planos de Gestáo das Bacias "t�m de ser alargados e aprofundados no seu conceito", bem como adaptados "�s estratégias decorrentes das altera��es clim�ticas". Francisco Nunes Correia salientou ainda a necessidade de as secas e a escassez de �gua serem tidas em considera��o na defini��o de todas as pol�ticas europeias e defendeu a utiliza��o dos Fundos Estruturais comunitários no combate aos dois problemas, que são dois fen�menos diferentes. "Avaliaremos depois se tudo isto � insuficiente ou não", nomeadamente para o problema da seca, acrescentou o ministro portugu�s na confer�ncia de imprensa final, na qual Também participou o Director-Geral do Ambiente da Comissão Europeia, Peter Morgens Carl. Na abertura do debate com os seus hom�logos da UE, Nunes Correia sublinhou que a escassez de �gua e a seca "devem ser diferenciadas e, como tal, requerem abordagens e estratégias de resposta distintas". "A escassez de �gua refere-se a desigualdades entre a oferta e a procura de �gua para valores normais", enquanto a seca "deve ser encarada como um importante desvio face �s condi��es naturais de disponibilidade de �gua", disse. Acrescentou que a seca "� um desastre natural, ou seja, um fen�meno extremo, tal como as cheias, não podendo controlar-se a sua ocorr�ncia e apenas podendo mitigar-se parcialmente os seus impactos". Aos jornalistas, o ministro portugu�s disse que as secas t�m efeitos menos vis�veis, mas t�m consequ�ncias negativas duas a tr�s vezes superiores �s das cheias. Destacou, entre as consequ�ncias das secas, o agravamento da escassez de �gua, a destrui��o de ecosistemas, a desertifica��o, a perda de solos e os fogos florestais. Neste contexto, Nunes Correia defendeu "um enquadramento normativo (europeu) semelhante ao que foi adoptado para as cheias, estabelecendo metodologias de avalia��o de risco comuns e promovendo abordagens preventivas nas regi�es de maior vulnerabilidade". De acordo com uma avalia��o recente da Comissão Europeia, a seca afectou todos os países europeus, embora de formas diferentes. Nos �ltimos anos, as secas afectaram mais de 800 mil km2 do territ�rio europeu (37 por cento do total) e pelo menos 100 milhões de habitantes (um quinto da popula��o total da UE). Os preju�zos das secas na Europa dos �ltimos 30 anos estáo avaliados em 100 mil milhões de euros. Em 2005, Portugal enfrentou uma das piores secas de sempre, com preju�zos equivalentes a 1,5 por cento da riqueza gerada pela economia nacional (PIB). Em rela��o � escassez de �gua, os impactos Também t�m sido sentidos em in�meros países da UE, afectando um total da popula��o de 130 milhões de habitantes (27 por cento) e 33 bacias hidrogr�ficas (12 por cento das totais). As bacias mais afectadas são as do Sul da Europa, nomeadamente as portuguesas. Peritos portugueses ouvidos pela Lusa estimam que Portugal e outros países mediterrúnicos – da Europa e do Norte de �frica – poder�o enfrentar graves problemas de falta de �gua de qualidade, dentro de 10 a 15 anos. Neste ambito, os ministros dos 27 apelaram, na reuni�o de Lisboa, para "uma especial aten��o" � adapta��o das pol�ticas agr�colas (europeias) � preven��o da escassez de �gua. Estima-se que a Europa poder� reduzir (poupar) o consumo de �gua em cerca de 40 por cento, nos próximos anos, com a racionaliza��o da utiliza��o do recurso, principalmente, na agricultura, mas Também na ind�stria e para fins dom�sticos, embora em menor escala. Sobre o recurso ao aumento do pre�o da �gua, nomeadamente, na agricultura, como medida para evitar o desperd�cio, Nunes Correia considerou que se trata de uma medida poss�vel entre outras tanto ou mais eficazes, como a sensibiliza��o e a consciencializa��o das pessoas para o custo dos recursos h�dricos e para a necessidade da sua utiliza��o de forma racional. Nas conclus�es da reuni�o de Lisboa, os ministros dos 27 congratularam-se com a intenção da Comissão Europeia de incluir a dimensão da escassez de �gua na pr�xima avalia��o do funcionamento da actual Pol�tica Agr�cola Comum (PAC) da UE. O programa da reuni�o ministerial Ambiente, no ambito da presid�ncia portuguesa da UE, terminou com uma visita dos ministros ao ponto mais ocidental do continente europeu, o Cabo da Roca, nos arredores de Lisboa. Participaram no encontro mais de 30 ministros do Ambiente: os 27 da UE, tr�s dos países do margem sul do Mediterr�neo [Marrocos, Arg�lia e Tun�sia], outros tantos de países candidatos � adesão � União [Cro�cia, Maced�nia e Turquia] e ainda os ministros da Noruega e Sui�a, que, embora não perten�am ao bloco europeu, mostraram interesse no tema da reuni�o. Foi a quarta ministerial informal da terceira presid�ncia portuguesa da UE desde a adesão do país � ent�o designada CEE. As tr�s primeiras decorreram em Julho, uma em Guimar�es (ministros do Emprego) e duas em Lisboa (ministros da Economia e titulares da Ci�ncia e Investiga��o). Segue-se, na pr�xima sexta-feira e no s�bado, em Viana do Castelo, a reuni�o informal de ministros dos Neg�cios Estrangeiros dos 27, na qual será feita uma primeira avalia��o pol�tica das negocia��es em torno da redac��o do novo Tratado europeu, que substituirá a fracassada Constitui��o europeia, e cuja aprova��o final � a "prioridades das prioridades" da presid�ncia portuguesa da União.
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