Um míssil russo atingiu um navio de carga no Mar Negro que transportava trigo com destino ao Egito, revelou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelando à comunidade internacional para condenar um ataque a um carregamento de alimentos.
“A Rússia lançou hoje um ataque contra um navio civil comum no Mar Negro, logo após este ter saído das águas territoriais ucranianas”, acusou Volodymyr Zelensky nas redes sociais, indicando que não foram registadas vítimas.
O Mar Negro é uma rota comercial crucial para a Ucrânia, um dos maiores produtores e exportadores de cereais do mundo, mas tornou-se num campo de batalha naval desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
As forças ucranianas afirmaram que o ataque ocorreu na noite de quarta-feira, atingindo o navio cargueiro AYA com bandeira de São Cristóvão e Neves, que tinha saído do porto de Chornomorsk, na região de Odessa, e “sofreu danos significativos”.
O ataque foi realizado com mísseis de cruzeiro, “provavelmente do tipo Kh-22 de uma aeronave Tu-22”, especificaram as forças de Kiev na rede Telegram.
Segundo Andrei Ene, porta-voz da guarda costeira romena, o navio estava “a flutuar e em condições de funcionamento” após o ataque e não solicitou assistência.
Zelensky apelou à comunidade internacional para que condene este ataque, sustentando que “o trigo e a segurança alimentar nunca deveriam ser alvo de mísseis”.
“A estabilidade interna e a vida normal em dezenas de países em todo o mundo dependem do funcionamento normal e desimpedido do nosso corredor de exportação de alimentos”, sublinhou.
Apesar das ameaças de Moscovo de disparar contra os barcos que naveguem na região, a Ucrânia criou um corredor no Mar Negro no verão de 2023 para exportar os seus produtos agrícolas, especialmente cereais.
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, disse na quarta-feira que 5.000 navios utilizaram este corredor desde a sua criação.
“Durante o ano passado, graças às armas de longo alcance, alterámos o equilíbrio de poder no Mar Negro e criámos um corredor de cereais independente da Rússia”, comentou ainda.