O relatório dos investigadores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários sobre o acidente ocorrido a 3 de julho, na albufeira de Castelo de Bode, revela que o piloto, um espanhol de 49 anos, não recolheu o trem de aterragem do avião de modelo Fire Boss durante a manobra de reabastecimento na albufeira.
O alerta para o acidente ocorrido na zona de Trízio, no concelho da Sertã foi dado pela aeronave que fazia parelha com o piloto do avião acidentado, sem conseguir informar ao serviço de informação de voo o estado da aeronave acidentada.
Após o acidente, o piloto recolheu alguns bens soltos na cabine, abandonou o cockpit e nadou até à margem, onde reportou o que tinha ocorrido pela via telefónica.
O homem conta com mais de 4.300 horas de voo, 1.200 delas em Fire Boss. A aeronave foi dada como destruída.
O relatório dos investigadores aponta outros fatores que contribuíram para o acidente – durante a descolagem, as comunicações de missão interromperam os procedimentos habituais, a carga de trabalho a que o piloto foi sujeito desviou a sua atenção das tarefas essenciais de voo e os procedimentos para impedir a má configuração do trem de aterragem não se mostraram eficazes.
O relatório teceu críticas à intensa comunicação de rádio registada durante o voo, e recomendou às entidades responsáveis para que restrinjam as comunicações não essenciais durante os voos de combate aos incêndios.